Itens que tiveram imposto menor em 2009 saem da preferência do consumidor

15/07/2010 10:17

Carros, eletrodomésticos da linha branca e móveis deixaram de ser os preferidos do consumidor nas intenções de compra neste terceiro trimestre. O fim da redução de impostos sobre esses produtos foi o principal motivo, como mostra pesquisa do Provar (Programa de Administração de Varejo) da FIA (Fundação Instituto de Administração).

O índice de intenção de compras no varejo, divulgado na quarta-feira (14), mostra que a vontade dos consumidores de comprar móveis reduziu em 17,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado. A linha branca (fogões, geladeiras e micro-ondas) perdeu a preferência de 17,3%, enquanto os veículos reduziram a procura em 2,9%.

O economista Claudio Felisoni de Angelo, coordenador da pesquisa da FIA, diz que essas quedas são explicadas pelo fato de muitas famílias terem adiantado as compras para o período antes do fim das desonerações.

– É um tipo de compensação. As quedas são reflexo das compras feitas em trimestres anteriores.

Segundo a pesquisa, os itens de informática recuaram em 22,5% nas intenções de compra dos consumidores. Para o economista, o efeito maior aqui foi o aumento dos salários do trabalhador e as facilidades para conseguir crédito para produtos de informática.

– O aumento da renda fez com que os produtos de informática fossem os mais procurados no ano passado e no começo deste ano. A tendência é de que esses produtos cresçam ainda mais as vendas, graças ao maior poder de compra das classes de baixa renda.

A pesquisa ainda perguntou aos consumidores quanto eles pretendiam gastar nestes produtos. O resultado é que, no caso da linha branca, cujas vendas explodiram em 2009, o valor gasto diminuiu 2,9% – a intenção de gasto passou de R$ 1.205, no segundo trimestre de 2009, para R$ 1.171.

O preço que os consumidores planejavam gastar em um carro também caiu, indo de R$ 22.600, um ano atrás, para R$ 21.567 para os meses de julho a setembro deste ano (-4,6%). No caso dos móveis, o valor foi de R$ 1.636 para R$ 1.713 (4,7%), enquanto a informática passou de R$ 1.301 para R$ 1.577 (12,4%).

O estudo do Provar sobre a expectativa de consumo serve como termômetro da disposição do trabalhador para comprar bens duráveis. Ela é feita trimestralmente e ouviu 500 pessoas entre os dias 14 e 25 de junho em São Paulo.

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