17/07/2010 10:46
Seguindo a tendência verificada desde o início do ano, as importações via Porto Seco despencaram 68,12% no primeiro semestre, na comparação com igual período de 2009. No período janeiro-junho, as compras recuaram este ano para US$ 40,97 milhões, ante US$ 128,51 milhões apurados no primeiro semestre do ano anterior. Os números foram divulgados na última quinta-feira pela área de logística da aduana, que funciona no Distrito Industrial de Cuiabá.
O destaque das reduções no volume das importações ficou agora com o mês de junho, com -90,41% na comparação com igual mês do ano anterior. As compram encolheram de US$ 54,08 milhões para US$ 5,19 milhões. O pior resultado mensal, até então, pertencia ao mês de janeiro, com queda de 65,99% em relação a janeiro de 2009, quando as compras chegaram a US$ 25,93 milhões. Em janeiro deste ano, as importações baixaram para US$ 8,82 milhões. Na comparação com o mês anterior, junho apresentou queda de 24,24%.
Depois dos meses de janeiro e junho, com as maiores quedas no ano, o mês de maio foi o que alcançou o pior desempenho (US$ 6,85 milhões), com retração de 54,40% em relação a igual mês do ano anterior (US$ 15,03 milhões. Em relação ao mês de abril deste ano (US$ 9,59 milhões), a queda foi de 28,59%.
No mês de fevereiro, segundo levantamento da Estação Aduaneira do Interior, as importações apresentaram retração de 42,76% e, em março, o desempenho também foi negativo (-46,80%). No mês de abril as importações tiveram recuperação de 56,66% em relação a março (US$ 6,12 milhões), mas voltaram a entrar em declínio em maio mesmo com o câmbio favorecendo as compras externas.
Os produtos mais procurados pelos importadores mato-grossenses, no primeiro semestre do ano, foram pneus, peças, agroquímicos, maquinários para indústria e matéria-prima para a indústria plástica e da borracha. (Veja quadro ao lado)
MOMENTO – Os números das importações no semestre, quando comparados com os resultados obtidos em igual período do ano passado, assustam qualquer um. Porém, de acordo com a análise do período e considerando fatos atípicos, como a concentração de grandes investimentos em uma determinada época do ano, o desaquecimento das compras pode ser considerado “normal”.
“Em uma análise, constatamos que o extraordinário crescimento das importações em 2009 ocorreu em função da chegada de algumas indústrias que estavam se instalando na região de Rondonópolis, depois vieram a Sadia, Cargill e Santana Têxtil. Essas empresas adquiriram maquinários de alto valor agregado, gerando um grande volume de compras”, explica o gerente de Logística do Porto Seco, Elton Erthal.
Este ano, segundo ele, não chegou nenhuma indústria de grande porte, com maquinário de peso. “A Vicunha vai se instalar, mas ainda não começou a adquirir os equipamentos”.
CÂMBIO – Ele disse que o câmbio continua favorecendo as importações, daí a expectativa de que as compras sejam retomadas em um ritmo mais forte no segundo semestre do ano. “Estamos esperançosos de que a partir de agosto as compras venham a aumentar, podendo até mesmo superar os números do segundo semestre de 2009 porque no ano passado o grande fluxo de importações foi concentrado no primeiro semestre”, prevê Elton.
A baixa flutuação cambial, com o real ainda valorizado em relação ao dólar, é um dos fatores que poderá estimular o aumento das compras externas.