Mano Menezes vive a ansiedade de ser chamado para a seleção

23/07/2010 09:14

Desde o começo do ano passado, fotógrafos e cinegrafistas que cobrem os treinos do Corinthians no Parque São Jorge acostumaram-se a direcionar suas lentes para uma pessoa: Ronaldo. Mas ontem foi diferente. O foco estava em Mano Menezes, o mais cotado para assumir o comando da seleção brasileira. Pelo menos é essa a expectativa dos dirigentes, que veem a saída de Mano como inevitável e fazem contatos com outros treinadores – Adílson Batista, sem clube, é o favorito para ser seu sucessor.

Mano não deu entrevistas ontem. Ele apenas assistiu a um treino coletivo dos jogadores que não atuaram na derrota para o Atlético Goianiense contra o time sub-19. Enquanto acontecia a atividade, uma batalhão de fotógrafos e cinegrafistas não perdia o técnico de vista. Hoje ele deverá dar uma entrevista coletiva à tarde – inicialmente, ela estava marcada para o período da manhã. Mas seleção brasileira é um assunto em que o técnico tem evitado tocar.

Só depois do jogo de Goiânia ele admitiu, pela primeira vez, que se recebesse convite da CBF iria pensar no caso. Mano afirmou que, apesar do assédio, não vai mudar sua rotina. “Estou no comando do Corinthians. Tenho de ter a atenção voltada para os profissionais que estou comandando e respeitar o torcedor do meu time. Por enquanto, é só especulação”.

Até a semana passada, muitos dirigentes do Corinthians não acreditavam que Mano pudesse dirigir a seleção, embora o presidente Andrés Sanchez, como chefe da delegação brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, tenha feito forte lobby para seu treinador assumir o time nacional. Mário Gobbi, diretor de futebol, e outros dirigentes diziam que Mano ainda é um técnico jovem (tem 48 anos) e que não estava pensando em dirigir alguma seleção na Copa do Brasil, em 2014 – muito menos a brasileira.

O Corinthians cogitou dividir o treinador com a seleção pelo menos por seis meses, até o fim do Campeonato Brasileiro. Foi assim com Vanderlei Luxemburgo em 1998. Mas a CBF vetou tal ideia – quer um técnico exclusivo já a partir da próxima semana.

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