Grupos vão investir 100 milhões na construção de hotéis

24/07/2010 17:05

A rede hoteleira projeta um investimento da ordem de R$ 100 milhões na construção de hotéis em Cuiabá, visando à  Copa do Mundo de 2014. Os dados são da Associação Brasileira de Indústria de Hotéis de Mato Grosso (ABIH-MT).

Segundo Luiz Carlos Nigro, presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Mato Grosso (SHRBS-MT), o valor corresponde apenas aos projetos que já estão em andamento. Para os projetos futuros, ainda deverão ser injetados mais recursos financeiros. Em sua maior parte, os de agora dizem respeito a investimentos privados.

Apesar do foco no Mundial, Nigro afirmou que muitos destes investimentos na rede hoteleira também são resultados de um aquecimento do mercado no Estado de Mato Grosso. “Estamos voltados totalmente para a Copa neste momento, porém o crescimento da rede hoteleira é reflexo do crescimento no Estado, de forma geral. O aumento no comércio e, por consequência, nos empregos é um exemplo claro”, observou o empresário.

Atualmente, Cuiabá tem um número total de 70 hotéis, 3.261 apartamentos e 7.920 leitos. Para 2014, estão previstas 14 novas obras de construção ou ampliação de hotéis, o que significará a construção de mais 1.409 apartamentos e 3.644 leitos.

Em Várzea Grande, está prevista a construção ou ampliação de dois hotéis, totalizando 39 estabelecimentos, com 1.211 apartamentos e 2.994 leitos.

Não aos “elefantes brancos”

Apesar do aumento significativo, o presidente da ABIH em Mato Grosso, Luiz Verdun, reforçou que as construções não podem se tornar grandes “elefantes brancos” após a Copa.

“Hoje, a rede hoteleira ocupa 35% das ações que estão sendo realizadas para a Copa e, certamente, deixará um legado importante para nosso turismo. Porém, nosso foco é no pré e no pós-Copa, que significam, respectivamente, o cronograma de ações e o que ficará para o Estado”, disse o dirigente.

O diretor de Assuntos Estratégicos da Agecopa, Yuri Bastos Jorge, reafirmou o mesmo posicionamento dos órgãos ligados à rede hoteleira e relembrou que, desde a escolha de Cuiabá como uma das 12 sedes do Mundial de 2014, há diálogo permanente entre eles.

“Em um primeiro momento, nos reunimos para saber a deficiência na rede hoteleira que poderia surgir com a Copa, porém a Agecopa foi tranqüilizada pela própria Fifa, de que cada cidade tem suas características e, portanto não vamos construir algo que será inviável após o evento passar”, afirmou.

O diretor ainda reiterou as reformas, construções ou ampliações como formas de melhorar a infraestutura no Estadoo. Como exemplos Yuri destacou conexão de internet wireless (sem fio), TV a cabo, reformas no quarto, aumento da infraestruturas em pousadas de cidades próximas da Capital, como Nobres, Jaciara e Chapada dos Guimarães.

“Independentemente da Copa, Mato Grosso vem crescendo, ao longo dos últimos anos, incomparavelmente, mais que outros Estados. Porém, cautela é necessária. Mais para frente, um estudo de viabilidade econômica poderá ser feito para saber se será necessária ou não a construção de novos hotéis”, disse Bastos.

Efeito África do Sul

Além dos hotéis, um projeto intitulado “bad and breakfest”, que capacita famílias para receber hóspedes em casa, será uma das soluções para o aumento no número de leitos. A ideia foi utilizada e aprovada pela Fifa na Copa do Mundo deste ano, realizada na África do Sul.

Segundo Yuri, ainda há um investimento em projetos para a rede hoteleira, através do BNDES e do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO), no valor de R$ 1,4 bilhão.

Tags: