Pescadores de Mamirauá exploram maior peixe da Amazônia de forma controlada

05/08/2010 17:07

Maior peixe encontrado em rios da Amazônia, o pirarucu foi tão caçado que quase desapareceu. Mas em Mamirauá, uma das maiores reservas de vida selvagem no Brasil, o peixe gigante vive sem ser ameaçado.

A espécie pode chegar a ter mais de 2 metros e pesar mais de 100 quilos, e pode retirar oxigênio tanto da água como do ar. Na época da seca, ele precisa vir à tona para respirar a cada 20 minutos, momento em que fica vulnerável a ação de pescadores.

Pescar pirarucu sem rede exige paciência e habilidade. O pescador rema com um braço e com o outro segura o arpão. Durante três semanas por ano, cada um pesca até pirarucus diariamente. Difícil é adivinhar onde o peixe vai respirar. “Geralmente a gente observa ele respirar na superfície”, diz o pescador Manoel de Castro.

A pesca do pirarucu é proibida em todo o Amazonas, só liberada nas reservas Mamirauá e Amanã. Desde 1999, quando a pesca controlada teve início, aumentou a quantidade de pirarucus na região. “Antigamente a gente não via essa quantidade de peixes aqui na reserva”, conta Manoel.

Os 900 pescadores que vivem na reserva se tornaram fiscais. Durante três anos, ninguém pescou o pirarucu. Atualmente, eles impedem a entrada de qualquer barco de fora.

Mais de 5.200 pirarucus foram pescados na reserva em 2008. Os animais precisam ter pelo menos 1,5 metro para receber o lacre. A atividade rendeu cerca de R$ 1 milhão para os ribeirinhos, que aprenderam que preservar é um bom negócio.

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