26/10/2010 15:30
A valorização do audiovisual em Mato Grosso, sua democratização e a disseminação da sétima arte. Com essas propostas teve início na noite de segunda-feira (25.10) o 17º Festival de Cinema e Vídeo, que segue até o próximo dia 30 de outubro, no Cine Teatro em Cuiabá. Com apoio e patrocínio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Cultura, e organizado pelo Instituto Cultural América (Inca), a expectativa do evento, segundo o seu organizador e idealizador nos dezessete anos de Festival, Luiz Borges, é que o público mato-grossense saia do conforto de casa a noite e prestigie o que há de melhor no cinema brasileiro. “Aqui são apresentados os melhores trabalhos. Infelizmente eles são negados à população assistir, uma vez que esses filmes não têm interesse comercial e as salas de cinema não exibem esse trabalho. Portanto é um momento de se atualizar, saber o que está acontecendo no país e ver a cara do povo brasileiro estampada na tela”, ressaltou Luiz.
A preocupação no desenvolvimento e aprimoramento desse setor da cultura em Mato Grosso, bem como um olhar mais atento e maiores investimentos norteiam os bastidores daqueles que trabalham com as produções de longa e curta-metragens. Para Borges o Governo do Estado tem mostrado interesse e preocupação com o setor, abrindo um diálogo para melhorar a condição do audiovisual. “Estamos animados em saber que o Governo, a administração de Silval Barbosa está chamando a classe pra uma conversa mais estreita para melhorar a produção de áudio e vídeo em Mato Grosso”, complementou.
Luiz Borges definiu o momento como sendo de maior importância para democratização da informação no Estado. “Não basta consumir conteúdos audiovisuais realizados em outros Estados, a gente perde nossa identidade cultural. O festival é uma forma de bater pé, que é necessário investir pra que as histórias mato-grossenses, que a cara do povo mato-grossense seja estampado na tela”.
O secretário de Estado de Cultura Oscemário Daltro disse que o Governo do Estado tem participado com a Secretaria de Estado de Cultura nas diversas manifestações da cultura no nosso Estado e não poderia deixar de participar do 17º Festival de Cinema e Vídeo. “Com o projeto aprovado pelo Programa de Ação Cultural (ProAc), por meio do Conselho Estadual de Cultura estamos participando, representando o Mato Grosso nessa realização do Inca com a organização do Luiz Borges”.
Conforme frisou o secretário, a importância do evento é de fazer assegurar que o cinema esteja inserido dentro das políticas de valorização da cultura do Governo, fazendo investimentos na área. “A orientação recebida do Governo é que a Secretaria invista ainda mais. Estamos no processo de elaboração de uma política voltada para o audiovisual e para o cinema. Já convidamos a Associação Mato-grossense de Vídeo (Amav) para que possa contribuir na parceria. É assim que entendemos que vamos fazer com que a área do cinema também tenha o seu espaço e o seu valor dentro das políticas públicas de Governo voltadas para a cultura”, complementou o secretário.
IMPORTÂNCIA DO INCENTIVO
De Brasília (DF), J. Procópio, que este ano é jurado do Festival, foi premiado em 2009 com o filme ‘Para pedir perdão’, eleito o melhor curta pelo júri popular. “Este é um festival com público bem diversificado, é mais uma oportunidade, uma vitrine para o nosso trabalho. A responsabilidade é enorme porque influencia na carreira dos filmes”, disse Procópio ao complementar que para ele é fundamental que os órgãos públicos tenham a sensibilidade do que podemos alcançar com eventos como esse e discutir a produção nacional.
Diretamente do município de Alta Floresta o diretor do filme ‘Vestígios do tempo’, Ronaldo Adriano, que concorre na Mostra Competitiva de Vídeos falou que a maior expectativa era saber se o filme seria selecionado para participar ou não do festival, o que para ele já foi uma grande vitória. “Agora resta esperar para saber a leitura que as pessoas vão fazer sobre o filme, que conta a história de garimpo no norte de Mato Grosso”, disse o diretor que enfatizou a extrema importância da parceria com o Governo do Estado para o audiovisual e para manifestações artísticas. “O Governo estar disposto a incentivar, é louvável em todos os aspectos, principalmente pela dimensão do Estado, com regiões extremamente novas e num processo de formação de identidade cultural. É necessário esse apoio para que o audiovisual seja estruturado. É o caminho mais acertado, pois valoriza a gente, a cultura”.
Na abertura do festival, entre os vídeos da Mostra Competitiva, foi exibido o mato-grossense Fita Amarela, de Madiano Marcheti. Durante todos os dias do Festival haverá a participação de 33 filmes na Mostra Competitiva, em quatro categorias, sendo seis longas, dois médias, 11 vídeos e 14 curtas. A entrada é gratuita.