A partir de 2011, radares voltam às ruas de Cuiabá

06/11/2010 12:02


Até o fim deste ano – ou, no mais tarder, no começo de 2011 -, a Prefeitura de Cuiabá vai lançar edital para contratar empresa para instalar a fiscalização eletrônica em pontos considerados estratégicos da Capital. O anúncio foi feito pelo prefeito Chico Galindo (PTB), em entrevista à TV Centro América (Globo/4).

Antes da entrevista, a emissora veiculou reportagem sobre o caos instalado em ruas e avenidas de Cuiabá, em que ultrapassagens irregulares ou velocidade acima do limite permitido são comumente registradas.

Segundo um engenheiro de trânsito da Universidade Federal de Mato Grosso, entrevistado na matéria, a falta de fiscais de trânsito, os chamados “amarelinhos”, seria um dos motivos para que os motoristas não sejam punidos.

Além disso, os radares são apontados como essenciais em uma cidade com o contingente atual de Cuiabá, que, juntamente com Boa Vista (RR), é a única capital que não possui fiscalização eletrônica.

De acordo com pesquisa realizada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), em 2009 Cuiabá tinha uma frota de 224.838, o que corresponde a cerca de 2,4 habitantes por automóvel. Um estudo feito pelo Departamento aponta que é preciso um fiscal para cada mil veículos. Na cidade, hoje, existem apenas 75 agentes em exercício.

Chico Galindo concordou com a prerrogativa de uma melhor fiscalização e lembrou que em lugares onde existem radares o índice de acidentes de trânsito diminui.

“Eu sou a favor da educação, e os radares são uma forma de educar. O edital do processo licitatório já está bem adiantado e, no mais tardar 2011, vai estar à disposição da empresa vencedora pata instalar a fiscalização eletrônica. Acho que é uma forma espetacular, mesmo sendo impopular, mas o objetivo é salvar vidas”, afirmou o prefeito.

A respeito de abertura de editais para contratação de novos fiscais de trânsito, Galindo informou que, até 30 de junho do próximo ano, deve estar na praça um edital amplo, que atenda também a outros setores, como o da Saúde.

Indústria de multas

Apesar de atualmente não ter o sistema de fiscalização eletrônica por meio dos famosos “radares eletrônicos”, Cuiabá, por meio de lei sancionada pelo então prefeito Roberto França, possuiu o sistema entre a década de 1990 e início de 2000.

Foi a partir de uma investigação que mostrou uma “indústria da multa” funcionando por trás do sistema que o Tribunal de Justiça obrigou a extinção no município da ferramenta eletrônica.