Habilidade política de Silval à prova

07/11/2010 10:34

A habilidade política do governador Silval Barbosa (PMDB) será posta à prova na reunião suprapartidária, que deve ser realizada nesta semana, no Palácio Paiaguás, em Cuiabá. De antemão, ele avisa que não haverá “loteamento” de cargos no governo de Mato Grosso. Atentos para as exigências do chefe do Executivo estadual, os principais partidos da coligação vencedora, PR, PP, PT e o próprio PMDB, costuram internamente as teses que serão postas à mesa de negociação para assegurar a ampliação de postos no primeiro e segundo escalões.

As legendas utilizarão a seu favor argumentos contundentes para convencer Silval. Entre os mais perspicazes está o respectivo crescimento eleitoral e formação das bancadas para a próxima legislatura na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional.

O Partido dos Trabalhadores, através do presidente regional, Carlos Abicalil, avisa que a posição da legenda nas eleições de 2010 permite à sigla solicitar uma participação mais ativa na formação da próxima equipe de governo. Nas eleições de 2006, o então candidato à reeleição, governador Blairo Maggi (PR), venceu adversários como a senadora Serys Slhessarenko (PT) no primeiro turno. Entretanto, o segundo turno presidencial levou Maggi a apoiar a reeleição do presidente Lula (PT) – unindo os rivais políticos no Estado, ou seja, o PR e o PT.

Com a parceria, o Partido dos Trabalhadores assegurou o comando da secretaria estadual de Educação, ocupada posteriormente pelo deputado Ságuas Moraes. Entretanto, no pleito deste ano a legenda se uniu aos planos do PMDB de reeleger Silval Barbosa. A posição do PT na coligação vencedora “Mato Grosso em Primeiro Lugar” reforça a posição do partido de ocupação de maior espaço na nova composição do staff.

O Partido Progressista, que conta com participação no quadro em exercício das pastas de Ciência e Tecnologia e de Turismo, também faz parte do grupo de aliados que espera contar com aval de Silval para assumir mais postos de destaque na próxima formação do secretariado. Um dos principais líderes do PP, o deputado federal Pedro Henry lembrou a importância do PP no processo de vitória assegurado ao chefe do Executivo estadual no pleito deste ano. A legenda chegou a ser vista como “fiel da balança” durante a deflagração da campanha eleitoral.

Henry ressaltou que o partido não discutiu internamente a forma de participação. Entretanto, aponta o peso político da agremiação e a eleição das bancadas estadual e federal como fatores que devem ser levados em consideração na hora de discutir a posição da sigla na nova composição. Ele destaca ainda que as indicações poderão contemplar “eleitos ou suplentes”. Mas avisa que o PP ainda não avalia nomes porque antes precisa tomar conhecimento, por meio do governador, do espaço que terá no staff.

O Partido da República, através do presidente regional, deputado federal Wellington Fagundes, reitera o compromisso de colaborar com a próxima gestão. E, nesse contexto, também entrará na linha de defesa para a garantia de participação efetiva na nova composição do governo. O PR está na lista das legendas que mais se sobressaíram no processo eleitoral deste ano, com a expansão das bancadas. O poder político da legenda será levado em consideração na movimentação das peças para a construção do novo grupo de governo.

E, de quebra, o governador terá que lidar com a pressão do próprio partido para adequação de indicados do PMDB na esfera estadual. Presidente estadual da legenda, o deputado federal Carlos Bezerra tentará assegurar fatia generosa para a legenda – por meio de defesa de ocupação de funções no primeiro e segundo escalões.

Diante do quadro, Silval Barbosa aplicará regra simples, mas de forte impacto. Ele exigirá dos aliados lista com nomes que possuam perfil técnico aliado à capacidade de gerir, com competência, os espaços defendidos na gestão pública de Mato Grosso.

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