Artes visuais integram programação do Dia da Consciência Negra

09/11/2010 09:19

Os apreciadores da arte poderão conferir durante o Dia da Consciência Negra “Zumbi dos Palmares”, no Museu do Rio Cuiabá, Hid Alfredo Scaff, no bairro Porto, a exposição fotográfica, “Negro Por Inteiro”, de Duflair Barradas. O evento é uma parceria entre a Prefeitura Municipal de Cuiabá e a Secretaria da Cultura, e será realizado nos dias 19 e 20 de novembro.

A mostra “Negro Por Inteiro” fez parte da exposição “Para não esquecermos: a presença negra em Mato Grosso”, no Museu da Imagem e do Som de Cuiabá (MISC). Duflair Barradas foi vencedor do 1º Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiro –, promovido pelo Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves (CADON). A exposição tem como tema Quilombolas remanescentes que vivem na região de Chapada dos Guimarães.

Com 20 fotografias em preto e branco, em tamanho 60 x 40 cm, Duflair registrou utilizando o estilo documental de fotografia, a vida e o mundo dos últimos negros que vivem de forma tradicional, como seus bisavôs viviam.

A religiosidade também ganha destaque no Dia da Consciência Negra “Zumbi dos Palmares”. André Balbino retrata a religião africana nas artes plásticas. O artista retratou os Orixás, divindades africanas relacionadas ao meio ambiente, e cultuadas pelos praticantes do Candomblé, religião trazida para o Brasil pelos negros escravizados. As telas também fizeram parte da exposição “Para não esquecermos: a presença negra em Mato Grosso”, no MISC.

Na mitologia yorubá, Olorun é o deus supremo do povo yorubá, que criou as divindades ou semideuses chamados Orixás. São guardiões dos elementos da natureza, para representar todos os seus domínios aqui na terra.

Nas telas, Balbino retratou os principais Orixás cultuados pelos religiosos. Cada divindade tem suas qualidades e poderes naturais. Os Orixás masculinos são: Oxalá: orixá do Branco, da Paz, da Fé. Exú: guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos. Ogum: do ferro, guerra, fogo, e tecnologia. Oxóssi: da caça e da fartura. Xangô: do fogo e trovão, protetor da justiça. Obaluaiyê ou Omulu: das doenças epidérmicas e pragas, orixá da cura. As femininas são Oyá ou Iansã: dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do rio Níger. Oxum: dos rios, do ouro, jogo de búzios, e protetora dos recém nascidos. Iemanjá: dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos orixás. Nanã: dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.

Vale destacar que a mostra fotográfica e as telas estarão em exposição durante os dois dias de evento (19 e 20 de novembro), para apreciação. O secretário da Cultura, Sérgio Cintra destacou que a homenagem ao Dia da Consciência Negra é para conscientizar a população sobre a inserção do negro na sociedade. “Dia 20 de novembro não é apenas um feriado nacional, tampouco uma data comemorativa. O Dia da Consciência Negra é uma data que requer um momento de reflexão do nosso papel na construção de uma sociedade democrática. É uma data cívica, que deve ser celebrada por todos os negros, bem como os brancos”, ressalta Cintra.

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