Rússia e Catar serão as próximas sedes

03/12/2010 08:11

O Comitê Executivo da Fifa definiu a Rússia como sede da Copa do Mundo de 2018 e o Catar como anfitrião do Mundial de 2022, através de eleição realizada ontem em Zurique, na Suíça. Será a primeira vez que os dois países irão sediar a principal competição do futebol mundial. Eles irão suceder o Brasil, que foi escolhido anteriormente para receber a Copa do Mundo de 2014.

Na disputa, a candidatura russa superou Inglaterra, Portugal/Espanha e Holanda/Bélgica. Já o Catar bateu os pleitos de Coreia do Sul, Austrália, Estados Unidos e Japão. A eleição aconteceu por etapas, até que as candidaturas de Rússia e Catar tivessem mais de 50% dos votos dos membros do Comitê Executivo da Fifa. A entidade, porém, não revelou em quantas votação as sedes dos Mundiais foram definidas.

Para sediar o evento, a Rússia prometeu construir 13 dos 16 estádios que irão receber as partidas do Mundial em 2018. O país teve o quarto lugar na Copa do Mundo de 1966, ainda como União Soviética, como melhor resultado em uma Copa. O Catar possui ainda menos tradição no futebol e nunca disputou um Mundial. Mas venceu ao apresentar uma candidatura com promessa de construção de estádios suntuosos e com sistema de ar-condicionado para minimizar o calor do país.

A fase de candidatura se iniciou com o anúncio oficial do início do processo em janeiro de 2009. Os países interessados precisaram manifestar o seu interesse em receber a Copa do Mundo de 2018 e/ou de 2022 até 2 de fevereiro de 2009. Depois, os candidatos precisaram apresentar o dossiê de candidatura e outros documentos relacionados ao evento até 14 de maio de 2010. Depois, a Fifa realizou visitas aos candidatos.

Esta foi a primeira vez que a Fifa definiu os anfitriões de dois Mundiais em um processo simultâneo. A eleição dos países-sede foi marcada por polêmicas que deixaram a credibilidade da entidade sob suspeita. A candidatura conjunta de Espanha e Portugal foi acusada de realizar um conchavo para troca de votos com o Catar.

Parcerias entre os envolvidos nos dois pleitos se delinearam desde o início. Seguindo a lógica de que o lobby na votação para 2018 poderia render apoio na disputa seguinte, Portugal/Espanha e Catar foram acusados de trocar influências – os europeus concorriam ao Mundial de 2018 e os asiáticos para o de 2022. Apesar da denúncia, os países foram absolvidos e puderam permanecer na disputa.

Mas os escândalos foram além e a venda de votos por dois membros do Comitê Executivo da Fifa veio à tona. Em artigo divulgado pelo jornal inglês “Sunday Times”, o francês Reynald Temarii, presidente da Confederação de Futebol da Oceania, teria pedido 1,6 milhão de euros (cerca de R$ 3,5 milhões) e o nigeriano Amos Adamu queria 570 mil euros (em torno de R$ 1,25 milhão) para votar na candidatura norte-americana.

Após investigação, a entidade decidiu suspender Adamu de todas as atividades ligadas ao futebol por três anos e aplicou uma multa de 10 mil francos suíços (cerca de R$ 17 mil). Enquanto Temarii foi banido por um ano e teve que pagar 5 mil francos suíços(aproximadamente R$ 9 mil). Além deles, outros quatro funcionários foram condenados por terem violado o código de ética da entidade.

Com o afastamento de Adamu e Temarii, as sedes das Copas foram escolhidas por 22 membros do Comitê Executivo da Fifa, incluindo o presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

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