21/01/2011 08:22
As liberações totais do Banco do Brasil para a safra 2010/11 em Mato Grosso, no período de julho a dezembro de 2010, avançaram 1,5% em relação a igual período do ano anterior. As informações, divulgadas ontem pela Superintendência Regional do Banco do Brasil, mostram que as aplicações saltaram de R$ 1,33 bilhão para R$ 1,35 bilhão na comparação entre os dois períodos. Os números referem-se às liberações de recursos para a agricultura empresarial (grandes e médios produtores) e familiar (pequenos), contemplando também as áreas de investimentos, custeio e comercialização.
O segmento agroempresarial mato-grossense abocanhou R$ 1,22 bilhão dos recursos do BB destinados à agricultura na próxima safra, contra R$ 1,20 bilhão no ano anterior. Do total liberado para a safra 2010/11, R$ 951,7 bilhões referem-se a operações de custeio, que registrou crescimento de 18,81% em relação ao montante liberado na safra anterior, R$ 801 milhões.
Os demais indicadores das liberações agrícolas do Banco do Brasil registraram queda. Os investimentos encolheram 25,65%, caindo de R$ 202,4 milhões, na safra 2009/10, para R$ 150,5 milhões, no ciclo 2010/11.
As operações de comercialização em Mato Grosso foram reduzidas de R$ 198,1 milhões para R$ 122,2 milhões de uma safra para a outra, queda de 38,32%.
A agricultura familiar foi contemplada com um menor valor na safra 2010/11 (R$ 124 milhões), representando queda de 8,56% em relação ao ciclo anterior, quando foram liberados R$ 135,6 milhões.
A área de custeio do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf) foi contemplada com R$ 44,2 milhões e, investimentos, R$ 79,7 milhões. Na safra anterior, os valores referentes ao custeio foram um pouco menores (R$ 38,1 milhões), mas o total destinado aos investimentos compensou a queda, chegando a R$ 97,5 milhões.
AVALIAÇÃO
O gerente de Mercado de Agronegócios do Banco do Brasil em Mato Grosso, Anderson Scorsafava, avalia o resultado das operações do Banco do Brasil como “satisfatório”, apesar do crescimento de apenas 1,50% no montante dos recursos liberados. Segundo ele, a queda no volume das aplicações em investimentos se deveu às restrições ambientais, impedimentos legais e dificuldades na apresentação de documentações dos produtores.
Já a comercialização registrou queda em função dos bons preços ofertados pelo mercado, no segundo semestre do ano passado. “O mercado se comportou bem, por isso não houve a necessidade do produtor emprestar dinheiro do governo através de operações de EGF (Empréstimos do Governo Federal) para aguardar a recuperação de preços e comercializar a produção”, explicou.
Scorsafava lembrou que os números do primeiro semestre de 2010 não foram muito favoráveis, porém no segundo semestre as liberações do Banco do Brasil fluíram em um ritmo mais firme, permitindo a recuperação dos números. “Pudemos notar este crescimento principalmente nos meses de novembro e dezembro do ano passado”, afirmou Scorsafava.
Outra razão da recuperação das liberações foi a revitalização da CPR (Cédula de Produtor Rural), linha que encontrava-se inativa e que foi retomada pelo BB.
Scorsafava aponta ainda a criação de uma linha para atender demandas por crédito acima do teto oficial para a área de custeio, com recursos da poupança ouro, a juros fixos de 12% a 16% ao ano. Por meio desta linha o BB liberou R$ 150 milhões.
Para o primeiro semestre de 2011, segundo ele, o desafio é manter o crescimento das liberações em Mato Grosso.