22/01/2011 19:18
Esta semana, pesquisadores da Embrapa visitaram uma fazenda no município de Cláudia (608 quilômetros ao norte de Cuiabá) onde foram identificadas áreas com a anomalia conhecida entre os produtores como ‘soja louca dois’. Eles coletaram amostras de plantas e do solo para análise, mas as causas para o problema ainda são desconhecidas.
Na fazenda da agricultora Roseli Giachino, o aparecimento da soja louca foi confirmado. “Temos uma estimativa de mais de 10% de perda porque temos muitas plantas com o sintoma”, explica Giachino.
Em meio à lavoura é possível ver algumas partes mais atacadas. As plantas apresentam deformações nas folhas e não amadurecem. Com isso, acabam abortando vagens, resultando na queda a produtividade. Estes são alguns dos principais sintomas da doença, que agora vem sendo chamada de ‘soja louca dois’.
“A soja louca é um termo que normalmente utilizávamos para designar um problema causado por um ataque intenso de percevejos e que fazia com que a planta tivesse um alto nível de abortamento. Isso designa esse termo popularmente conhecido como soja louca. Foi sugerido o soja louca dois, para diferenciar desse problema causado pelo ataque de percevejo, que não é o caso desse problema atual”, explica o agrônomo Maurício Meyer, pesquisador da Embrapa.
Atualmente ainda não há uma solução para o problema. Os pesquisadores ainda tentam descobrir o que está causando a doença e por isso um trabalho em conjunto está sendo realizado.
No campo, especialistas em plantas, análise e nutrição de solo coletam materiais que serão encaminhados para estudo. Por meio dessa pesquisa, algumas possibilidades já foram descartadas.
“Até o ano passado, havia uma suspeita de que os ácaros oribatídeos poderiam ser os causadores da soja louca dois. Todos os pesquisadores são unânimes em discordar dessa suspeita. Esse ano estamos vefiricando plantas que estão com os sintomas, mas não estamos encontrando esse ácaro”, observa o pesquisador Edson Hirose.
Este ano a incidência da doença é menor do que na safra passada. Os estudiosos acreditam que a estiagem prolongada no estado pode ter colaborado. Os pesquisadores perceberam que a doença aparece em regiões mais quentes e com bastante umidade. Além de Mato Grosso, a doença já foi confirmada no Tocantins, Maranhão e Pará. “Não conseguimos comprovar a causa do problema, o que dificulta o estabelecimento de uma estratégia de controle”, concluiu Meyer.