Governo decreta fim da “farra dos consórcios” e manda recolher maquinários

10/02/2011 08:17

A criação dos Consórcios Intermunicipais de Desenvolvimento Econômico e Sócio Ambiental, Cidesa, foi uma das idéias consideradas “brilhante”, produzida pelo ‘staff’ do ex-governador Blairo Maggi, objetivando dinamizar as ações administrativas e consequentimente, fomentar a integração e o  crescimento regional do grande estado de Mato Grosso. Lançado no segundo semestre de 2007, pela extinta Secretaria de Projetos Estratégicos, então, comandada pela competência e integridade pública do saudoso, Cloves Vettorato, o MT-Regional, investiu perto de R$ 30 milhões na compra das patrulhas rodoviárias, que serveriam aos 15 consórcios formados pelo agrupamento dos 141 municípios do Estado.

A tarefa dessas patrulhas seria exclusivamente fazer a manutenção permanente da malha rodoviária estadual. Porém, isso nunca foi obedecido. Alguns prefeitos, absolutos e irresponsavéis, vinham descumprindo tal ordenamento e cometendo erros imperdoavéis no gerenciamento do maquinário.

Ações criminosas tais como “troca de peças,” o chamado canibalismo em cima das máquinas, como no caso de Lambari d’Oeste, manutenção  indevida, gastos excessivos com peças e oficinas, contratação de pessoal desqualificado, desvio de milhares de litros de combustivel e  tantas outras  falcatruas detectadas, levaram o governo ao prognóstico de que a maioria dos “consórcios,” se transmutaram em super-virus, infectados de corrupção. O Consórcio Araguaia, presido por Aldecides Milhomen, também não se viu imune a essa situação.

Silval Barbosa, sucessor de Maggi, ciente de  que precisa dar continuidade ao programa de recuperação e conservação dos milhares de quilometros de rodovias estaduais, as quais, se encontram em péssimas condições de tráfego, já sinalizou que a “farra dos  consórcios” acabou. Em recente reunião com os prefeitos-presidentes dos consórcios, o  governador, foi resistente em devolver a total autonômia de gerenciamento das patrulhas a estes, que atuaram de agora em diante, em conjunto e sob a supervisão da Secretaria de Transporte e Pavimentação Urbana, Setpu.

Dirmorvam Brescacim, presidente do Cidesa-Sul, lembra que a atuação dos consórcios, “vão além dos maquinários,” certamente, que sim, porém, a maioria de seus presidentes, se restrigiram ao acompanhamento das patrulhas, deixando de lado as demais atribuições, como as ações ligadas a implantação e fomentos das cadeias produtivas regionais, consideradas de vital importância para o crescimento e a instabilidade econômica dos municipios.

Evidente que dentre os 15 Consórcios, nem todos os prefeitos-presidentes, tiveram suas patrulhas recolhidas aos pátios dos quartéis militares, como é o vergonhoso caso de alguns, inclusive, do Consórcio Araguaia, que tem sua patrulha detida no pátio da Polícia Militar, em São Félix do Araguaia, devido a “desconfiança” por parte do Governo, de deixar o maquinário na garagem da prefeitura de Alto Boa Vista, sede do consórcio e  sob a responsabilidade de seu presidente. Enquanto isso, os municipios componentes do Consórcio sofrem as consequências e vão aguardando pacientemente, ações mais firmes do governo Silval, que ainda não deu as caras  e nem ousou fazer um “estradeiro,” pelas bandas do Araguaia.

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