Brasil se mostra satisfeito em acordo com países desenvolvidos

20/02/2011 10:46

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, considerou positivo o acordo fechado pelo G20 neste sábado (19) em Paris. Depois de ter cancelado a entrevista coletiva com a imprensa, o ministrou deu declarações aos jornalistas.
O G20 é o grupo formado pelas sete maiores economias mundiais e os principais países emergentes, como o Brasil.
– O Brasil está plenamente satisfeito porque [o texto] aponta alguns desequilíbrios externos que indicam que existe guerra cambial [de moedas], que existem países com o cambio mais valorizado que outros, portanto vai na direção que o Brasil gostaria.
Segundo Mantega, o Brasil era favorável à inclusão da taxa de câmbio entre as regras para avaliação dos desequilíbrios globais. Essa postura brasileira não era explícita até então. A China, que também faz parte dos Brics [sigla para o grupo de países emergentes que inclui Brasil, Rússia, Índia e China], era contra o critério cambial, já que mantém sua moeda desvalorizada de maneira artificial.

O ministro não culpa apenas um país pelos desequilíbrios na economia global. Criticou a política cambial da China, mas nunca deixou de mencionar os efeitos causados pela política monetária dos Estados Unidos.

Reservas internacionais – Também como o Brasil queria, as reservas internacionais não contarão para a avaliação dos desequilíbrios globais. Além disso, as decisões servirão como recomendações aos países e não serão metas obrigatórias.

– O Brasil não cedeu em nada, tudo que está aí interessa ao Brasil.

Mantega comemorou ainda a decisão do G-20 sobre as commodities, favorável ao Brasil apesar da oposição da França, que defendia regras para segurar os preços dos alimentos. Prevaleceu a posição de que deve haver mais transparência no mercado de derivativos.

No entanto, o debate sobre a regulação do mercado de matérias-primas foi adiado e não foram tomadas iniciativas para a administração internacional de estoques de alimentos. Sobre a questão, a ministra de Finanças da França, Christine Lagarde, afirmou que o grupo precisaria ir mais longe na transparência e identificação dos estoques.

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