Economia brasileira cresce 7,5% em 2010, mostra IBGE

03/03/2011 11:49

A economia brasileira fechou 2010 com crescimento de 7,5%, conforme revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (3). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no ano passado alcançou R$ 3,675 trilhões. O PIB per capita ficou em R$ 19.016.

Em comunicado, o instituto diz que o resultado foi “beneficiado pela baixa base de comparação do ano anterior”, já que, em 2009, ano abatido pelos efeitos da crise financeira mundial, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro teve recuo de 0,6%, de acordo com dado revisado pelo IBGE.

Considerando apenas o quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior, o aumento foi de 0,7%. Na comparação com o quarto trimestre de 2009, o crescimento foi de 5%.

Essa foi a maior alta registrada desde 1986, segundo informou o IBGE. A metodologia do instituto, no entanto, mudou em 1996.

Por setores, o crescimento no ano foi o seguinte: agropecuária (6,5%), indústria (10,1%) e serviços (5,4%).

“A leitura que se pode fazer ao observar cada trimestre de 2010, comparado com os três meses imediatamente anteriores, é de que o ano começou com a economia muito acelerada. Ao longo de 2010, houve uma desaceleração”, disse Roberto Luís Olinto Ramos, coordenador de Contas Nacionais do IBGE.

Estimativa do Banco Central divulgada em fevereiro estimava crescimento 7,8% para a economia no ano passado. No último dia 28, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o crescimento estimado para o PIB era de 7,5%.

Comparação trimestral
Sobre o terceiro trimestre de 2010, na comparação por setor, serviços cresceu 1%, indústria indústria recuou 0,3% e agropecuária caiu 0,8%. Entre os componentes da demanda interna,  a Despesa de Consumo das Famílias registrou expansão de 2,5% no último trimestre de 2010.

Comparação anual
Na análise do quarto trimestre de 2010 sobre o mesmo de 2009, destacaram-se os serviços (4,6%) e a indústria (4,3%). A agropecuária também registrou crescimento, de 1,1%.

Dentre as atividades que contribuíram para a geração do Valor Adicionado a Preços Básicos, as maiores influências são observadas no setor de serviços (4,6%). O aumento de volume do Valor Adicionado da Indústria desacelerou para 4,3%, e a agropecuária teve crescimento de 1,1%, puxado pelo aumento da produtividade.

Nesse período, a despesa de consumo das famílias cresceu 7,5%, a 29ª variação positiva seguida nessa base de comparação. O IBGE atribui esse resultado ao aumento dos salários e do maior acesso crédito para as pessoas físicas. A despesa de consumo da administração pública cresceu 1,2% e a formação bruta de capital fixo aumentou 12,3%.

Na comparação anual, as exportações cresceram 13,5% e as importações de bens e serviços, 27,2%.

Indústria
Considerando apenas a atividade industrial, as maiores variações foram vistas na extrativa mineral (14,8%) e na construção civil (6,2%). Segundo o IBGE, o resultado da Indústria da transformação sofreu influência do aumento da produção de máquinas e equipamentos.

Serviços
Todas as atividades que compõem o setor de serviços registraram expansão. Os maiores destaques partiram de intermediação financeira e seguros (11,4%), comércio atacadista e varejista (7,5%) e transporte, armazenagem e correio (5,3%).

Investimento
De acordo com o IBGE, a taxa de investimento no ano de 2010 foi de 18,4% do PIB, superior à taxa referente ao ano anterior (16,9%), mas ainda inferior ao nível pré-crise: em 2008, a taxa de investimento era de 19,1%.

Já a taxa de poupança alcançou 16,5% do PIB contra 14,7% no ano anterior.

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