GNV amplia vantagem

19/03/2011 11:41

Quem tem carro movido a gás está sorrindo à toa. Afinal, o Gás Natural Veicular (GNV) é o único combustível que se mantém com preços estáveis na Grande Cuiabá há algum tempo: mais de um ano e meio. Enquanto etanol e gasolina não param de subir – foram mais de 20 reajustes em um período inferior a dois anos – o GNV continua com preço congelado desde 2009, ampliando ainda mais a vantagem sobre os demais combustíveis nos últimos meses, inclusive o óleo diesel. Mato Grosso e Paraná, conforme estatística da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), possuem o metro cúbico mais barato do Brasil (R$ 1,49), atrás apenas dos R$ 1,23 em vigor no estado de São Paulo.

O etanol, o mais volátil dos combustíveis, chegou a ser vendido por R$ 0,99/litro, em meados de 2009. No ano passado fechou em R$ 1,78 e, este ano, já custa R$ 2,07 ao consumidor, alta de quase 110% em relação ao preço mais baixo praticado há dois anos. (E já há quem fale em novo reajuste o que deve elevar o preço do litro para R$ 2,20 nos próximos dias). A gasolina, que era vendida a R$ 2,56, agora custa R$ 2,98 (incremento de 16%). E o diesel, que na mesma época era vendido por R$ 1,95/litro, está custando R$ 2,23, na média, incremento de quase 15%.

Neste cenário, o GNV torna-se extremamente competitivo para o consumidor. Na comparação com o etanol, o gás leva expressiva vantagem. O consumidor que roda uma média de 50 quilômetros por dia com um veículo Parati 1.6, por exemplo, vai desembolsar por dia R$ 7 e, no final do mês, R$ 210, considerando uma autonomia de 10,5 quilômetros com 1 metro cúbico de GNV. Com o etanol, o proprietário do mesmo veículo gasta em torno de oito litros por dia (autonomia de 6 Km/l), R$ 16,56. No mês, o desembolso será de R$ 496. A diferença é de R$ 286, ou seja, rodando com o etanol o dono do veículo gastará bem mais do que o dobro do que ele desembolsa com GNV.

Em relação à gasolina, o gás é ainda mais vantajoso. Para o mesmo veículo e trecho citados, o gasto diário com gasolina será de R$ 18, ou R$ 540 por mês. O desembolso representa um dispêndio “extra” de R$ 330 em relação ao GNV.

ETANOL X GASOLINA – Apesar das sucessivas altas do etanol, em Mato Grosso, o combustível derivado da cana-de-açúcar está com sua margem de vantagem no limite, praticamente empatado com a gasolina, mas ainda chega a ser um pouco mais competitivo na avaliação matemática. Em relação a outras capitais brasileiras, Cuiabá é a única cidade onde ainda é vantagem abastecer com etanol e não com a gasolina. O que faz a diferença é o lado ambiental, uma vez que o hidratado emite 84% a menos de poluentes do que o outro combustível.

Para saber qual combustível é o mais vantajoso, basta dividir o preço do etanol pelo da gasolina. Com resultados inferiores ou iguais a 70%, o motorista deve optar pelo combustível vegetal, caso contrário, a gasolina é a melhor opção.

No caso de Cuiabá, onde o etanol é vendido em média a R$ 2,07 e, a gasolina, por R$ 2,98, o preço do álcool chega a representar 69,46% do valor do combustível derivado do petróleo. “Na comparação, etanol e gasolina estão praticamente iguais, sendo que o preço do primeiro está no limite para perder a competitividade para a gasolina”, aponta o economista Ronaldo César Pereira.

Nos demais estados, o etanol já deixou de ser a melhor opção em relação à gasolina por causa das sucessivas altas. Só de novembro a março foram quatro reajustes. Segundo o Índice de Preços Ticket Car (IPTC), em fevereiro, o preço do combustível vegetal manteve-se, em média, a R$ 2,13/l, enquanto o derivado do petróleo ficou em R$ 2,76. Com isso, quem tem veículo flex, se quiser economizar, deverá optar pela gasolina, que é vantajosa na relação custo x desempenho em todos os estados do país, à exceção de Mato Grosso, pelo menos até o novo reajuste, anunciado para chegar às bombas já na próxima semana.

Pereira lembra, entretanto, que na hora de fazer o cálculo para ver qual a melhor opção, “é preciso tomar cuidado, pois, apesar de mais barato, a autonomia do veículo com o etanol é, em média, 30% menor”, por isso existe o teto de até 70%, como indicador da competitividade do derivado da cana.

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