Defeito em gene leva menino chinês de 1 m de altura pesar 62 kg

30/03/2011 18:28

Lu Zhihao tem 4 anos e um apetite voraz. Sua obesidade precoce o fez ganhar fama nas páginas dos jornais chineses. Com apenas 1 m de altura, Zhihao já pesa 62 kg. Especialistas explicam que o caso do menino chinês é de obesidade monogênica, ou seja, ligada a somente um gene – e que ele poderia receber tratamento com injeção do hormônio leptina. As informações são do site do jornal espanhol El País .

Para o médico José María Ordovás, diretor do Laboratório de Nutrição e Genômica na Universidade de Tufts, nos Estados Unidos, que falou ao jornal, a culpa da obesidade pode ser encontrada em um de seus genes.

“Este tipo de obesidade, tão precoce, de forma tão mórbida e com comportamento de apetite incontrolável é característico de um defeito congênito do metabolismo de origem monogênica. Em casos de obesidade típica de crianças e adultos, estão possivelmente implicados vários genes e o ambiente também. Já no caso de Lu, o defeito se deve a um só gene, e de tal potência que o leva a ter um apetite voraz e incontrolável, pois perdeu-se geneticamente o controle do mesmo”, disse Ordovás ao El País.

Conhecido desde 1997
Segundo Ordovás, este defeito genético foi descrito pela primeira vez em 1997 em dois primos de origem paquistanesa. Foi achada uma mutação do gene que codifica o hormônio leptina, que influencia no apetite.

Ou seja, são indivíduos que carecem de uma das peças genéticas fundamentais para o controle do apetite, de modo que mesmo uma dieta saudável não sanaria o problema.

Ordovás afirmou ao jornal que, em vez disso, uma terapia à base de injeções de leptina (cujos níveis serão praticamente indetectáveis no sangue do menino) “devolve o controle e então se pode começar uma dieta apropriada. Os resultados são espetaculares”.

O especialista espanhol explica que se calcula que 3% dos casos de obesidade mórbida em crianças se deve a este problema genético. “Não entendemos completamente a genética da obesidade e estas cifras variam continuamente devido aos avanços da pesquisa nesta área”.

fonte: jornal espanhol El País

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