Recessão continua e desemprego sobe em 2012

11/04/2011 14:18

O ‘Panorama Económico Global’ do Fundo Monetário Internacional, divulgado esta segunda-feira, aponta para uma quebra de 1,5% na economia portuguesa este ano corrente e de 0,5% no ano de 2012, enquanto a Grécia, Irlanda e Espanha já deverão apresentar taxas de crescimento entre 1,1% e 1,9%.

Com os défices correntes na Irlanda e, em menor grau, na Espanha, a caírem no último ano para níveis mais sustentáveis, Portugal e Grécia, pelo contrário, veem esses défices permanecerem “excessivamente altos”, respetivamente em 10,4% e 9,9%.

“Há sinais de uma inversão nestes quatro países. Inicialmente ajustaram-se através de uma contração das importações, mas as exportações começaram a contribuir para o ajustamento em 2010”, refere o relatório numa secção dedicada às economias da zona euro pressionadas pelos mercados, que faz uma comparação com a experiência dos países do Báltico no ajustamento pós-crise de 2008.

Como estratégia de combate à crise nas economias periféricas da zona euro, o FMI recomenda reformas que contribuam para o aumento da produtividade e ajustamentos dos custos laborais promovendo negociações salariais descentralizadas, remoção de mecanismos de indexação e redução de custos de despedimento, medidas já a ser implementadas na Grécia e Irlanda.

“A consolidação orçamental em curso para lidar com os níveis de endividamento público elevado destes governos também vai contribuir para o ajustamento externo. A curto prazo, aumentar impostos ou cortar despesas públicas melhora o défice corrente restringindo a procura interna, incluindo importações”, sublinha.

“A médio prazo, será útil criar folga para cortar impostos, assim dando apoio ao investimento privado e ao lado oferta”, adianta o relatório do FMI.
Desemprego vai continuar a crescer

O FMI aponta para um crescimento contínuo da taxa de desemprego em Portugal, de 11,9% este ano, num crescimento de 0,9 pontos percentuais em relação ao ano passado, para 12,4 por cento em 2012.

O défice corrente deverá cair para 8,7 por cento este ano, menos 1,2 pontos percentuais do que no em 2010.

O FMI projeta ainda uma continuação da redução do défice para 8,5 por cento em 2012, ainda assim o mais elevado dos outros três países pressionados pelos mercados: da Grécia (7,1 por cento), Espanha (4,5 por cento) e Irlanda (excedente de 0,6 por cento).

As previsões do FMI assentam ainda numa previsão de inflação em torno de 2,4 por cento este ano, recuando para 1,4 por cento no próximo.

A inflação em Portugal está em linha com a zona euro (2,5 por cento e 1,8 por cento), mas o défice fica muito acima do padrão europeu (0,8 por cento em 2011 e 0,9 por cento em 2012).

Quanto ao PIB, as previsões do FMI para a zona euro apontam para uma aceleração do crescimento, de 1,7 por cento para 1,9 por cento.

 fonte:RTP

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