17/04/2011 15:54
O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve reforçar a fiscalização em relação a riscos em países que podem contaminar outras economias. A conclusão é do Comitê Monetário e Financeiro Internacional do fundo, que encerrou ontem (16) à noite a reunião de primavera em Washington.
Com o papel de assessorar o conselho de governadores do FMI e recomendar a adoção de políticas, o Comitê Monetário e Financeiro Internacional pediu que até o próximo encontro, em setembro, sejam apresentadas propostas concretas nesse sentido. Também devem ser adotados relatórios específicos sobre aqueles países que, pela importância de sua economia, representam um maior risco de contaminação para outras nações.
Na sexta-feira (15), ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 haviam anunciado a decisão de elaborar uma série de indicadores para identificar países cujas políticas podem representar riscos para a economia global. Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, propôs que todos os países adotem o câmbio flutuante.
Segundo o comunicado final do encontro, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial, a economia global está em recuperação, mas permanece vulnerável. Os principais riscos, na avaliação do fundo, são o déficit público elevado em economias avançadas e o superaquecimento que pode impulsionar a inflação em países emergentes. Os altos preços de bens agrícolas e minerais e o alto nível de desemprego em muitos países também podem retardar a recuperação econômica.
Um dos principais temas em debate no encontro do FMI foi o controle dos fluxos de capital. Em documento divulgado na semana passada, o fundo reconheceu, pela primeira vez em sua história, que o controle de capitais pode ser adotado, dependendo das condições de cada país.
Economias emergentes, como o Brasil, com recuperação vigorosa após a crise mundial, têm enfrentado crescentes fluxos de capitais, que provocam a valorização da moeda local em relação ao dólar e prejudica as exportações. No caso brasileiro, o governo já adotou desde o ano passado várias medidas para tentar conter esse fluxo excessivo, mas as ações até agora se restringiram ao aumento da taxação sobre o capital estrangeiro.
Apesar do reconhecimento do espaço inédito no FMI para discutir o assunto, há muitas divergências entre os países, como o grau de obrigatoriedade do controle de capitais. Na reunião, Guido Mantega, deixou claro que o Brasil não aceita o estabelecimento de um marco normativo para o assunto por entender que regras fixas poderiam limitar a autonomia dos países em lidar com o fluxo de capitais.
Em discurso ontem (16), o secretário do Tesouro norte-americano, Timothy Geithner, disse apoiar a proposta de adoção de um código de conduta para o uso de controles de capital. Ele definiu o mecanismo como “um último recurso, temporário e ineficaz”.
fonte:Agencia Brasil