01/05/2011 09:21
Mais de um milhão de fiéis e peregrinos acompanharam, na manhã deste domingo, a cerimônia de beatificação do Papa João Paulo II, na Praça São Pedro, no Vaticano, segundo informações da polícia de Roma, na Itália. As cancelas que dão acesso à praça foram abertas pela polícia italiana cerca de quatro horas antes do previsto, devido ao grande número de fiéis, que superou a previsão do Vaticano.
A cerimônia teve início às 10 horas na Itália (5h de Brasília), com a presença do Papa Bento XVI e outros 800 sacerdotes. Com um cálice e mitra que foram usados nos últimos anos de pontificado de João Paulo II e com uma vestimenta que também pertenceu a seu antecessor, Bento XVI abriu a cerimônia com uma saudação em latim, que foi traduzida simultaneamente em espanhol, francês, português, francês, inglês, alemão e polonês pela Rádio Vaticano.
O clima era de muita comoção entre os presentes. Durante a cerimônia, um cardeal leu um texto sobre a vida do pontífice, morto em 2005, após 27 anos de papado. Após a leitura, ocorreu o principal momento da cerimônia, em que um grande retrato de João Paulo II foi exposto na fachada da Basílica, sob os aplausos da multidão, a partir de então denominado beato.
– Concedemos que o venerado servo de Deus João Paulo II, Papa, seja de agora em diante chamado beato – proclamou Bento XVI, que recebeu a relíquia que contém o sangue de Karol Wojtyla e a beijou.
A relíquia foi entregue ao papa pela religiosa francesa Marie Simon Pierre Normand, que havia sido curada por intercessão de João Paulo II do mal de Parkinson, a mesma doença que afligia o pontífice polonês por 12 anos de sua vida. No sábado, a religiosa deu seu depoimento sobre a cura durante a vigília realizada no Vaticano:
– Fui curada na noite do dia 2 para 3 de junho de 2005″, disse a religiosa que explicou que irmãs de sua congregação rezaram pelo Papa já morto, para a recuperação de sua doença – disse.
O milagre foi decisivo para a conclusão do processo de beatificação. Bento XVI explicou ainda que o motivo pelo qual decidiu acelerar o processo de beatificação – último estágio antes da santidade – de seu predecessor foi a grande veneração popular por João Paulo II.
– Passaram-se seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele dia sentíamos pairar o perfume de sua santidade, tendo o povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele – disse.
Antes da cerimônia, mais de 200 mil pessoas de todo o mundo fizeram uma vigília em Roma à espera da beatificação. Grupos de peregrinos, muitos vindos da Polônia, terra natal do Papa, lotaram a Praça de São Pedro levando bandeiras nacionais e cantando. A praça, onde aconteceu a cerimônia foi enfeitada com retratos de João Paulo II e 27 bandeiras com fotos que mostram um evento em cada ano do seu pontificado.
O caixão do Papa João Paulo II foi retirado na sexta-feira da cripta abaixo da Basílica de São Pedro e foi colocado em frente ao altar principal. Depois da missa de beatificação, o caixão continuará na Basílica, que ficará aberta até ser visto por todos os interessados.
fonte: O Globo