05/05/2011 11:22
Conheça abaixo curiosidades das duas semanas que os Beatles passaram nos Estados Unidos:
– Os Beatles desembarcaram no aeroporto internacional Idlewild (pouco depois rebatizado como John F. Kennedy), em Nova York, em 7 de fevereiro de 1964. Saíram de Londres perseguidos por 4 mil fãs e encontraram uma multidão de 3 mil nos EUA. A banda foi assediada por jornalistas, concedeu uma coletiva de imprensa e depois seguiu para o Plaza Hotel, já cercada por fanáticos.
– Embora já fossem um sucesso na Grã-Bretanha no início de 1963, demorou quase um ano para que a Capitol Records lançasse os discos dos Beatles em território norte-americano. O selo deve ter se arrependido do atraso. Verdadeira febre no país, o compacto de “I Want to Hold Your Hand” vendeu 2,6 milhões de cópias nos EUA nas duas semanas anteriores à chegada do grupo. As rádios chegavam a tocar a música mais de uma vez por hora.
– Dois dias depois de chegarem ao país, os Beatles se apresentaram no “Ed Sullivan Show”, um dos programas de TV mais populares dos Estados Unidos. A banda mostrou quatro músicas – “All My Loving”, “Till There Was You”, “She Loves You”, “I Want to Hold Your Hand” – e foi assistida por 74 milhões de espectadores, quase metade do total da população norte-americana. O sucesso foi tanto que na semana seguinte os quatro tocaram ao vivo da Flórida e, dias depois, o programa mostrou outras duas músicas gravadas (“Twist and Shout”, “Please Please Me”) e um reprise do hit “I Want to Hold Your Hand”.
– O “Ed Sullivan Show”, porém, não foi a estreia do grupo na televisão dos EUA. Em janeiro, o programa jornalístico “The CBS Evening News with Walter Cronkite” exibiu um especial sobre a beatlemania na Grã-Bretanha, com imagens filmadas em Londres e em outras cidades britânicas. A matéria teve impacto imediato nas vendas da banda nos EUA.
– Os Beatles lançaram o estilo de cabelo conhecido como “moptop” (“mop” é esfregão em inglês), que intensificou o burburinho em torno da banda. Enquanto os fãs copiavam o corte, as classes conservadoras dos Estados Unidos achavam tudo aquilo muito estranho – pais ficavam com medo dos filhos e os jornalistas não conseguiam distinguir um beatle do outro.
– “What’s Happening!” funciona, de certa forma, como um antecessor de “Os Reis do Iê Iê Iê”, primeiro filme de ficção estrelado pelos Beatles, lançado em julho de 1964. O documentário registra a beatlemania nos Estados Unidos, enquanto “A Hard Day’s Night” – nome original do longa – encena a perseguição da banda pelas ruas de Londres.
– Quando os Beatles deixaram os Estados Unidos no final de fevereiro, cerca de 60% dos discos vendidos no país eram da banda. Em março, as cinco primeiras posições nas paradas da Billboard eram músicas dos Beatles.
– Na época, os shows do grupo não passam de meia hora. A primeira apresentação ao vivo nos Estados Unidos aconteceu em 11 de fevereiro de 1964, no Washington Coliseum. No dia seguinte, o quarteto voltou para Nova York e tocou no Carnegie Hall, mais uma vez com ingressos esgotados. No próximo ano, a banda seria a primeira a se apresentar num estádio – o Shea Stadium, em Nova York.
Fonte:Ultimo Segundo
Assista ao trailer, em inglês, de “What’s Happening!”
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Expoentes do documentário
Mas não foi só pelos filmes musicais – outros dois longas foram selecionados para o In-Edit, veja aqui – que os irmãos Maysleys são conhecidos. Os dois são responsáveis por introduzir o “cinéma vérité”, ou cinema verdade, nos Estados Unidos. Em vez de simular a ausência da câmera, os trabalhos da dupla fazem questão de deixar claro para o espectador a presença de uma equipe perante os entrevistados e usar o poder das lentes para extrair a verdade. Acaba-se com o jogo cena que reinava até então e surge um novo gênero, que combina a objetividade do jornalismo com a estética cinematográfica.
O primeiro grande filme dos Maysleys nesse sentido foi “Caixeiro-Viajante”, de 1968. Gravado em preto e branco, mostra a rotina de quatro homens tentando vender exemplares caros da bíblia em bairros pobres dos Estados Unidos e a dificuldade em atingir suas metas de venda. Na trilha sonora, inclusive, há uma música dos Beatles. Em 1976, os diretores concluíram outro longa considerado clássico: “Grey Gardens”. O filme segue as Beale, mãe e filha, primas de Jacqueline Kennedy Onassis, que moravam numa mansão imunda em East Hampton, balneário de alto padrão em Nova York.
As duas foram ameaçadas de despejo pela prefeitura por ameaça sanitária – elas viviam sem água e luz, em meio a lixo, gatos, guaxinins e uma infestação de pulgas. No momento em os Maysleys chegaram à casa, a situação já não era tão precária, mas “Grey Gardens” flagra a tensa relação entre mãe e filha – marcada por culpa e dependência psicológica – e identifica a falência da aristocracia norte-americana, que ainda sofria os efeitos da Grande Depressão.
Ícone pop, o documentário ganhou uma sequência em 2006, “The Beales of Grey Gardens”, com imagens nunca utilizadas pelos diretores, e deu origem, em 2009, a um filme de ficção homônimo feito para a TV, estrelado por Drew Barrymore e Jessica Lange, premiado no Emmy e Globo de Ouro.