Conheça a relação entre estresse e dependência química

07/05/2011 21:02

O ritmo de vida das pessoas, principalmente nas grandes cidades, está cada vez mais caótico. Recorrer ao cigarro e a outros tipos de drogas – legais ou não – é uma tentativa de relaxar. “Uma dose de bebida após o trabalho ou junto ao jantar pode ser agradável e seguro. Mas, pessoas com estresse crônico frequentemente bebem em excesso”, afirma o psicólogo Felipe Coura. E é aí que se estabelece o limite entre o prazer e o vício.

Para começar é preciso entender como o estresse atua em nosso corpo. “Qualquer estímulo, seja ele real ou imaginário, agradável ou desagradável, causa uma reação em nosso organismo e isso é chamado de estresse”, explica Coura. O especialista destaca que ele é indispensável para o funcionamento adequado do corpo. É o que possibilita realizar qualquer atividade. Isso é o que se chama de estresse saudável. “Sem o estresse, ficamos apáticos”, diz.

A questão é que um estado de estresse prolongado pode levar à exaustão da capacidade física e mental. “Ficamos literalmente esgotados. E esse esgotamento é o que tudo mundo chama de estresse, do tipo que é prejudicial”, define o especialista.

Estratégias de enfrentamento
Coura diz que há diferentes formas de encarar essa ansiedade. Algumas pessoas procuram fazer exercício físico, meditação, massagem, etc. Outras buscam ajuda profissional com terapeutas, acupunturistas, médicos e psicólogos. As que não fazem nada acabam adoecendo, já que a ansiedade reduz a imunidade e é um prato cheio para doenças. E, por fim, existe o grupo de que tenta refúgio nos vícios, entre eles o de substâncias químicas.

Ansiolíticos são utilizados para aliviar a ansiedade. “Nas farmácias, os medicamentos só podem ser vendidos com retenção de receita médica. Há também a opção dos fitoterápicos, feito do extrato de plantas”, diz o psicólogo.

Acontece que as drogas ansiolíticas também são encontradas fora das farmácias, sem a necessidade de prescrição médica. “O tabaco e o álcool são as mais comuns. E há também as ilícitas, como a maconha, solventes, cocaína e o crack”, enumera o especialista.

Dependência
“Embora o consumo de drogas psicoativas possa trazer um alívio momentâneo para a ansiedade, o uso prolongado traz mais malefícios que benefícios”, garante Coura. A maioria das drogas, explica, gera o efeito de tolerância (é preciso o consumo cada vez maior para se obter o mesmo efeito) que, por sua vez, leva à dependência.

“O uso contínuo de substâncias psicoativas inevitavelmente leva a uma dependência física ou psíquica”, afirma. Isso ocorre por uma incapacidade do indivíduo de obter prazer através de outras atividades. Um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado em 2005, mostrou que cerca de 10% da população é dependente de álcool, 10% de tabaco e 9% faz uso de maconha.

Mas, há um consumo seguro para o consumo dessas drogas? O psicólogo diz que é difícil afirmar. Há diferentes pesquisas propondo caminhos diversos. “Estudos sobre o efeito do álcool no organismo, por exemplo, mostram que o consumo de até duas doses por dia de álcool por homens (metade da dose para mulheres e pessoas acima de 65 anos) não afeta as condições cardiovasculares. Outro estudo, no entanto, relata que não se justifica recomendar o início do consumo de álcool para os abstêmios”, conclui.

fonte: R7

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