16/05/2011 11:38
Alguns produtores de soja paranaenses já começaram a aderir ao novo sistema de contrato futuro com liquidação financeira negociado na BM&FBovespa. Lançado em janeiro desse ano, o novo modelo de negócio tem a mesma finalidade da venda no mercado futuro tradicional (com entrega física), porém, não é mais preciso a presença do produto na hora da negociação. Ou seja, o produtor não precisa enviar a soja antecipadamente ao porto de Paranaguá, por exemplo. O negócio pode ser fechado com o grão ainda na propriedade.
O contrato tem como objetivo negociar a soja em grão tipo exportação, comercializada em um porto credenciado, no caso o de Paranaguá. Com esse novo modelo de negócio, só no mês de abril, de acordo com a BM&FBovespa, foram fechados 4,2 mil contratos, contra 2 mil com entrega física.
Luiz Claudio Caffagni, gerente de serviços em commodities da BM&FBovespa, diz que a finalidade dos contratos com liquidação financeira é proteger o agricultor das oscilações de mercado. Caffagni explica que o produtor ”vende” preços e não propriamente o produto. ”O mercado futuro é um fixador de preços. A única diferença entre o modelo tradicional e o de liquidação financeira é que – neste último – não há entrega imediata do grão”, reforça.
Outra vantagem desse novo tipo de contrato, aponta Caffagni, é o desafogamento dos postos de armazenamento e distribuição. Além do preço equalizado, que dá uma certa tranquilidade para o produtor. Hoje, o mercado da Bolsa negocia nos contratos o valor médio de US$ 29 a saca para a safra de 2012. Caffagni salienta que o produtor pode sair a hora que quiser do negócio, bastando inverter sua posição por meio de uma oferta de compra.
Luis André Maluta, produtor em uma área de 130 hectares na região de Itambaracá, Norte Pioneiro, se diz satisfeito por não ter que entregar o grão antecipadamente para ser negociado. ”Posso fazer isso com a soja ainda em campo”, frisa. Porém, Maluta reclama que caso o preço de mercado tenha uma oscilação expressiva, ele pode ter prejuízos, pois o valor do produto pode estar mais alto do que o contrato. Mas de modo geral, o produtor vê esse tipo de negociação de forma positiva.
Caffagni completa que esse tipo de negociação garante liquidez de mercado e também serve para evitar riscos futuros. Ele reforça que empresas, cooperativas e produtores que não fazem operações no mercado futuro correm riscos constantes, já que a bolsa garante a liquidação dos produtos. Segundo ele, o contrato futuro com negociação financeira já funciona com outras commodities, como o etanol, o boi e o milho, que já colhem bons resultados. No caso da soja, os preços dos contratos são baseados nos valores negociados em Paranaguá. O gerente de serviços em commodities da BM&FBovespa recomenda que o produtor se informe bem antes de entrar nesse negócio e acompanhe constantemente o mercado.
Fonte:Portal do Agronegócio