Em 2025, o dólar vai deixar de dominar o sistema monetário mundial

17/05/2011 11:42


Moeda chinesa vai tornar-se central no sistema monetário

O Banco Mundial (BM) prevê que, daqui a 14 anos, o sistema monetário internacional deixe de ser dominado pelo dólar, tornando-se um sistema multi-divisas, centrado na moeda americana, no euro e no iuan. As maiores economias emergentes vão reforçar o seu protagonismo e, em 2025, contribuirão para mais de metade do crescimento mundial.

No relatório “Global Development Horizons 2011 – Multipolarity: The New Global Economy”, hoje divulgado, o BM projecta que o grupo das economias emergentes cresça a uma média de 4,7 por cento entre 2011 e 2025, enquanto as economias avançadas vão crescer apenas 2,3 por cento.

Em 2025, as seis maiores economias emergentes – Brasil, China, Índia, Indonésia, Coreia do Sul e Rússia, vão contribuir para mais de metade do crescimento mundial.

Estas mudanças terão, desde logo, impacto no sistema financeiro internacional que, de acordo com o BM, deixará de ser dominado por apenas uma moeda – o dólar americano – convertendo-se num sistema multi-divisas.

De acordo com o Banco Mundial, no longo prazo, a dimensão e dinamismo da economia chinesa e a rápida globalização das suas empresas e bancos irá levar a moeda chinesa, o iuan, a assumir uma papel internacional mais importante.

Em 2025, prevê o BM, o cenário mais provável é o de um sistema monetário multipolar, centrado no dólar, no euro e no iuan.

Controlando dois terços das reservas monetárias internacionais e com fundos de investimento com investimentos a nível mundial, os países emergentes vão tornar-se actores de relevo nos mercados financeiros.

Mudança de paradigma económico

“O rápido crescimento das economias emergentes introduziu mudanças na forma como os centros de crescimento económico estão distribuídos pelas economias desenvolvidas e em vias de desenvolvimento – este é, verdadeiramente, um mundo multipolar”, considera Justin Yifu, economista-chefe do BM.

De acordo com a instituição, à medida que estas mudanças de poder se vão efectuando, as economias emergentes vão induzir crescimento aos países menos desenvolvidos, através de transacções financeiras e comerciais. “As instituições financeiras internacionais terão de adaptar-se rapidamente”, afirma Justin Yifu.

Mas não é só a este nível que irá haver mudanças. As próprias economias emergentes irão ter de alterar o seu paradigma económico, passando a sustentar mais o seu crescimento em ganhos de produtividade e na procura interna.

Com a emergência de uma classe média forte nos países em desenvolvimento e com as mudanças demográficas que estão já a ocorrer em várias economias do sudeste asiático, a pressão do consumo interno irá aumentar, o que, segundo o Banco Mundial, poderá conduzir a um crescimento mundial mais sustentável.

Fonte:Publico

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