25/05/2011 08:57
O governador Silval Barbosa (PMDB) recebe hoje, em Sinop (500 km da capital), os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de Meio Ambiente, Isabela Teixeira, para lançar uma ofensiva contra os desmatamentos. A medida é uma reação a dados divulgados na semana passada que mostram Mato Grosso como o Estado que mais desmatou nos últimos meses.
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revelaram que o entre março e abril deste ano, dos 593 quilômetros quadrados derrubados na Amazônia Legal, 480 Km² eram do Estado. A notícia teve grande repercussão, ainda mais com o debate sobre o novo Código Florestal Brasileiro, que tramita no Congresso Nacional.
Conforme o governador, a agenda em Sinop foi marcada para mostrar que o Estado está tomando providências com relação ao desmatamento e também para comprovar que tem produção sustentável. “Estamos tomando providências, não vamos deixar impunes os desmatamentos irregulares e temos que mostrar isso”, disse o governador.
Sinop é uma cidade que tem economia baseada na agricultura, como a maioria dos municípios da região norte. Por isso, a escolha desse município. O evento começa às 9h.
Assim que anunciado o tamanho do desmatamento, o governo tratou de declarar que seria rigoroso para punir culpados e também no sentido de evitar que o índice negativo persista.
Para ambientalistas, o alto índice de desmate está ligado à possível anistia que os produtores vão receber com a aprovação do novo Código Florestal, se aprovado conforme o grupo ruralista quer. As informações sobre esse indulto teriam gerado um sentimento de impunidade nos produtores que praticaram desmatamento.
A última vez em que esse patamar de desmate foi registrado em Mato Grosso data do final de 2007, quando a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, chegou a fazer uma vistoria in loco da devastação amazônica no Estado.
Para os ambientalistas, a retomada dos desmatamentos anunciados não é novidade.
A versão do relator do Código, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), relator na comissão especial criada para cuidar do tema em 2009, desagradou especialmente a ambientalistas. Com a pressão, o governo deve ceder em alguns pontos.
fonte: Diário de Cuiabá