29/05/2011 08:22
Foi há quase dez anos que a arquiteta Marina D’Andrea deixou de projetar espaços para se dedicar à difícil tarefa de disseminar o consumo de arte. Mas de uma forma menos convencional. “Minha ideia é deixar a arte mais acessível, usando a técnica industrial de produção”, diz.
Com esse objetivo ela reuniu um time de artistas plásticos que hoje produzem peças utilitárias ou simplesmente decorativas, mantendo, de alguma forma, sua linguagem artística. “Não acredito só no recortar por recortar, tem de ter um conteúdo, uma história por trás do objeto”, afirma Marina.
Assim, sua empresa, a Vd’sign, hoje produz apoios para livro, painéis para parede e flores de metal, por exemplo, com a assinatura de gente como Luiz Paulo Baravelli, Guto Lacaz, Paulo von Poser, entre outros. Para manter o caráter de objeto de arte, as peças são todas numeradas – com exceção dos apoios de livros. “Já fizemos tiragens maiores, mas a tendência é fazer no máximo 100 peças, com desenhos que se esgotem”, diz Marina. E como ponto favorável indiscutível no trabalho de tentar levar trabalhos artísticos a um público maior está o preço. Os chamados múltiplos, objetos assinados e numerados, custam muito menos que uma peça única de um autor reconhecido.
Para quem possa negar o valor artístico dessas peças, Lacaz manda o recado: “É claro que há uma escala de valores, mas a arte está em quem vê”. Mario Cafiero, que circula pelo mundo do design, indo do desenho gráfico à criação de móveis, acredita que a diferença entre objetos de arte e de design é tão tênue que fica difícil fazer uma classificação. “E por que uma obra de arte não pode ser também decorativa?”
Fonte:Estadão