17/06/2011 10:46
O IGP-10 mostrou queda de 0,22% em junho após subir 0,55% em maio, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado ficou dentro das previsões dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma taxa entre -0,30% e zero (0,0%), e se posicionou abaixo da mediana das expectativas (-0,15%).
No caso dos três indicadores que compõem ao IGP-10 de junho, o IPA-10 teve taxa negativa 0,69% este mês, após subir 0,26% em maio. Por sua vez, o IPC-10 apresentou alta de 0,10% em junho, em comparação com a elevação de 0,98% no mês passado. Já o INCC-10 teve taxa positiva de 2,18% em junho, em comparação com o aumento de 1,57% em maio.
Até junho, o índice acumula altas de 3,28% no ano e de 8,78% em 12 meses. O período de coleta de preços para o IGP-10 desse mês foi do dia 11 de maio a 10 de junho. Às 11h a FGV concede coletiva de imprensa sobre o indicador.
Setores
A deflação se intensificou no setor agropecuário atacadista. Os preços dos produtos agropecuários no atacado caíram 2,79% em junho, após mostrarem taxa negativa de 1,20% em maio. Segundo a fundação, a inflação do setor industrial atacadista continuou este mês, mas em ritmo menos intenso: a taxa desacelerou, e passou de 0,81% para 0,09% de maio para junho.
Ao detalhar a movimentação de preços por estágios da produção, a FGV informou que os preços dos bens finais tiveram queda de 0,67% este mês, em comparação com a alta de 0,23% apurada em maio. Já os preços dos bens intermediários no atacado caíram 0,74% em junho, em comparação com o aumento de 0,90% no mês passado. Por fim, os preços das matérias-primas brutas no atacado mostraram queda de 0,64% em junho, após mostrarem taxa negativa de 0,52% em maio.
Varejo
No varejo, a inflação medida pelo IPC-10 acumula altas de 4,33% no ano e de 6,28% em 12 meses até junho, segundo informou a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Hoje, a fundação, anunciou o IGP-10 de maio – sendo que o IPC-10, que representa a evolução de preços varejistas, representa 30% do total do índice.
De acordo com a instituição, a desaceleração na taxa do IPC-10 de maio para junho, (de 0,98% para 0,10%) foi causada principalmente por aumentos menos intensos e quedas de preços em todas as sete classes de despesa usadas para cálculo do indicador no período. Os destaques ficaram com as movimentações de preços de Alimentação (de 1,04% para -0,37%) e Transportes (de 1,74% para -0,79%). Na primeira classe de despesa, houve quedas de preços importantes, em itens como hortaliças e legumes (-0,86%), frutas (-4,71%) e pescados frescos (-3,02%). Na segunda classe de despesa, os preços foram derrubados por taxas negativas em gasolina (-1,92%) e em álcool combustível (-14,45%).
As outras classes de despesa que apresentaram decréscimos em suas taxas de variação de preços, de maio para junho, foram Vestuário (de 1,51% para 0,45%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 1,13% para 0,54%), Despesas Diversas (de 0,73% para 0,17%), Educação, Leitura e Recreação (de 0,36% para 0,30%) e Habitação (de 0,68% para 0,66%).
Entre os produtos pesquisados no varejo, as altas de preço mais expressivas foram registradas em tomate (15,97%); aluguel residencial (1,01%); e taxa de água e esgoto residencial (1,98%). Já as mais significativas quedas foram apuradas nos preços de batata-inglesa (-15,32%); e nos já citados álcool combustível; e gasolina.
Construção
A inflação na construção civil, medida pelo INCC-10, acumula altas de 5,64% no ano e de 7,93% em 12 meses até junho. A informação foi divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) que anunciou o IGP-10 de junho – sendo que o INCC-10 representa 10% do total do índice.
De acordo com a fundação, a aceleração na taxa do INCC-10 de maio para junho (de 1,57% para 2,18%) foi influenciada por aumento mais intenso de preços em mão de obra (de 2,74% para 3,98%), no mesmo período.
Entre os produtos pesquisados na construção civil, as altas de preço mais expressivas foram registradas em ajudante especializado (3,00%); servente (3,94%); e carpinteiro – fôrma, esquadria, e telhado (4,36%). Já as mais significativas quedas foram apuradas nos preços de condutores elétricos (-2,82%); vergalhões e arames de aço ao carbono ( -0,22%); e madeira para telhados ( -0,06%).
Fonte:Estadão