05/07/2011 09:11
O Ministério da Fazenda divulgou na segunda-feira (4) o documento “Economia Brasileira em Perspectiva” referente aos meses de março e abril e manteve a sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano em 4,5%, acima, portanto, dos 4% de expansão esperados pelo Banco Central e pelos analistas do mercado financeiro.
Para 2012, a previsão de expansão do PIB da equipe do ministro Guido Mantega também não se alterou, permanecendo em 5%. Já para 2013 e 2014, a estimativa permaneceu em 5,5% de crescimento nestes dois anos.
Já a expectativa do Ministério da Fazenda para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano foi mantida em 5,6%. Com isso, a equipe do ministro Mantega continua acreditando que a inflação deste ano ficará acima da meta central de 4,5%, mas dentro do intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Com essa banda, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. Para 2012, a estimativa da Fazenda para o IPCA recuou de 4,6% para 4,5%.
A previsão da equipe da Fazenda, porém, está acima do que projeta o mercado financeiro, que estima um crescimento de 6,15% no IPCA deste ano, e 5,10% de expansão em 2012.
Inflação desacelera
“Depois de alcançar níveis elevados desde o início do ano, a inflação de maio desacelerou, com reversão no comportamento dos preços que vinham exercendo pressão de alta. A favor dessa desaceleração encontram-se os seguintes fatores: a dissipação das más condições climáticas, que provocaram perda na produção de alimentos, e as medidas de política econômica, como a alta da taxa básica de juros e as restrições impostas sobre o crédito”, informou o Ministério da Fazenda.
De acordo com a equipe do Ministério da Fazenda, uma das principais “fontes de pressão” sobre a inflação recente no Brasil, que são os preços do etanol, “convergem em direção ao patamar mais baixo registrado no ano passado”. “Em março de 2011, os preços do etanol hidratado registraram uma alta de 72% em relação a igual período de 2010, mas já recuaram 28% em maio último. Esse recuo deve gerar impactos de baixa sobre a inflação nos próximos meses”, acrescentou.
Crédito e inadimplência
O Ministério da Fazenda avaliou ainda que, apesar da recente expansão do crédito bancário e do seu potencial de crescimento, o seu percentual, na relação com o PIB, de 54%, ainda é baixo se comparado com outros países.
“Na China e na África do Sul, por exemplo, passa de 120% do PIB. No entanto, este percentual reduzido evidencia a baixa exposição de todo sistema ao risco de crédito, o que diminui a probabilidade de formação de bolhas de crédito”, informou.
Sobre a inadimplência, a Fazenda informou que a taxa tem caído consistentemente desde 2009 e, mesmo com o aumento recente, “permanece abaixo dos patamares históricos”.
Contas públicas
O desempenho das contas públicas, nos primeiros quatro meses de 2011, mostra, segundo o Ministério da Fazenda, que o governo tem obtido “sucesso” em cumprir as metas do resultado primário (economia para pagar juros da dívida pública) para o período e, também, tem conseguido conter o crescimento da demanda por produtos e serviços – contribuindo para o controle da inflação.
“Juntamente com a contribuição para uma melhor eficiência da despesa, nos primeiros quatro meses do ano, a consolidação fiscal trouxe resultados significativos para o alcance das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias”, informou o Ministério da Fazenda. A meta de superávit do setor público (governo, estados, municípios e estatais) é de R$ 117,8 bilhões para todo este ano – cerca de 3% do PIB.
Segundo a análise da equipe do ministro Guido Mantega, a política de superávits das contas públicas tem sido capaz de estabilizar a relação dívida/PIB, indicador acompanhado com atenção por investidores internacionais pois indica a capacidade de pagamento de um país. Além de estabilizar a dívida, a Fazenda avaliou que a política também tem sido importante para colocar essa trajetória da dívida com o PIB em trajetória de queda. “No final de 2011, a dívida líquida do setor público deverá alcançar 38,2% do PIB”, informou. Em maio, estava em 39,8% do PIB.
fonte: G1