Tombini vê inflação em queda, alerta para risco cambial

05/07/2011 16:55

A inflação no Brasil já começou a convergir para a meta central de 4,5 por cento, refletindo a atuação do governo, e deixará de subir no acumulado em 12 meses a partir de setembro, afirmou o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, nesta terça-feira em audiência no Senado.

Ele acrescentou que o país terá de ter “ousadia” para reduzir sua meta inflacionária no futuro, mas defendeu a decisão do Conselho Monetário Nacional de ter mantido o alvo nesse patamar para 2013, argumentando que a reação da inflação global às políticas dos países avançados de elevação da liquidez ainda é incerta.

“A decisão do CMN foi unânime, estamos lidando com uma segunda volta da crise no exterior”, afirmou Tombini aos senadores da Comissão de Assuntos Econômicos.

“Estamos em um mundo novo em relação à essa inflação (global).”

No médio prazo, segundo o presidente do BC, a tendência é de queda da taxa de juro real do país. “No curto prazo temos nos assegurar que a inflação convirja para a meta.”

Tombini avaliou o nível atual das reservas internacionais como “adequado”, mas ponderou que, como proporção da economia, ele está abaixo dos níveis de outras economias emergentes, como China e Rússia.

Ele frisou, ainda, a importância de o país “se defender” dos elevados fluxos de recursos vindos do exterior em um momento de elevada liquidez, mas alertou também para a importância de as empresas se protegerem de uma eventual reversão da tendência de desvalorização do dólar.

“O câmbio flutuante flutua para os dois lados”, afirmou Tombini, ao destacar a importância de o setor privado fazer “hedge” (proteção) contra uma alta do dólar.

Fonte:Reuters

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