Produtor que não destruir soqueiras do algodão sofrerá sanções

11/07/2011 10:00

“As soqueiras tem que ser eliminadas imediatamente após a colheita do algodão. O produtor que não fizer isso estará colocando em risco as propriedades vizinhas e nós vamos agir com severidade”, disse o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, em Luis Eduardo Magalhães, ao participar, na sede da Fundação Bahia, do Seminário sobre o manejo adequado na destruição de soqueiras e tigueras de algodão, organizado pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão, Abapa, em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia, Adab. Os produtores que não cumprirem a legislação fitossanitária serão multados e poderão ficar de fora do Proalba, programa do governo de incentivo à cultura do Algodão.

A medida tem por objetivo evitar que o bicudo continue a se reproduzir e com isso mantenha um nível populacional capaz de provocar danos à lavoura de algodão no ano seguinte. “Se as soqueiras forem destruídas corretamente, o produtor estará se prevenindo contra a praga”, explica José Lima Barros, coordenador do Programa do Bicudo da Abapa.

O algodoeiro tem ciclo perene, ou seja, continua vegetando após a frutificação.  A manutenção das plantas no campo depois da colheita permite que elas produzam novas floradas e assim hospedem o bicudo, mantendo alto o índice populacional do Bicudo na entressafra. A interrupção da multiplicação da praga exige ausência de algodoeiros vivos na entressafra por um período não inferior a 60 dias.

Por isso a soqueira do algodão deve ser eliminada imediatamente após a colheita para evitar que o bicudo continue se reproduzindo e mantenha um nível populacional capaz de produzir danos ao algodoal na próxima safra. A não destruição dos restos culturais do algodão leva a infestações incontroláveis ou exigem do agricultor inúmeras pulverizações, elevando os custos de produção ou inviabilizando o cultivo do algodão na região.

O seminário realizado pela Apaba visa orientar o produtor de algodão, no que se refere à legislação e aos métodos de manejo adequado da lavoura, para interromper a proliferação do bicudo (Anthonomus grandis), praga com elevado potencial de destruição, do início ao final da cultura do algodão, e que, por esta razão é motivo de preocupação constante para os produtores da região oeste e sudoeste da Bahia.

O coordenador José Lima Barros disse que o trabalho preventivo realizado junto aos produtores da região fez com que houvesse uma diminuição do nível de infestação do bicudo. “Na safra 2009/2010 com 60 a 70 dias após a emergência a cultura já apresentava ataque do bicudo. Na safra atual a infestação inicial passou para 110 a 130 dias após emergência da cultura”.

Segundo ele, o trabalho preventivo de controle do bicudo e outras pragas do algodão, realizado pela Abapa com apoio do Fundeagro e da Adab, nas regiões oeste e sudoeste da Bahia, é feito por uma equipe de técnicos agrícolas que realizam visitas sistemáticas em todas as áreas de algodão, algodoeiras, áreas de rotação e estradas da região. Neste monitoramento os produtores recebem orientação sobre as melhores estratégias para o controle do bicudo, além de informações sobre prazos para plantio, destruição de soqueira, tigueras e transporte correto de algodão e carroço.

fonte: Portal do Agronegocio