12/07/2011 09:38
O café brasileiro já teve momentos de alta, mas vinha sofrendo baixa de preços há algumas safras. Atualmente, o preço do café arábica tem subido novamente, mas é preciso que os agricultores fiquem atentos e invistam na produção de café de qualidade, buscando preservar ao máximo as características positivas do grão. A “Produção de Café: Opção Pela Qualidade” foi um tema abordado na última edição da revista Informe Agropecuário. Segundo Sara Chalfoun, pesquisadora da Epamig (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) Sul de Minas, agrônoma e doutora em fitotecnia, os principais problemas enfrentados pelo produtor rural seriam as condições adversas e, no caso da agricultura familiar, a descapitalização para montar uma estrutura pós-colheita.
No caso específico do clima adverso, o produtor deve optar por tecnologias que se contraponham a essa adversidade climática. Ou seja, existem métodos de condução da lavoura, espaçamento, cultivares, manejo de colheita e pós-colheita que minimizam a ação adversa do clima — afirma a pesquisadora.
Ela diz que, nessa condição, é possível produzir café com bom padrão de qualidade. Já no caso dos agricultores de economia familiar, o problema é mais difícil de ser contornado, uma vez que a situação de descapitalização é histórica. Por isso, Sara sugere que esses produtores se organizem em associações para eliminar a intermediação e manter a qualidade, agregando valor ao produto final.
A qualidade final do café brasileiro é determinada por atividades realizadas durante a fase pré e pós-colheita. Recomendamos que sejam determinados planos de boas práticas agrícolas e de processamento para que se obtenha um café de qualidade superior — orienta.
A pesquisadora diz também que o café arábica, geneticamente, tem bom potencial para a produção de café fino, podendo competir com os melhores cafés do mundo. Mas chama a atenção dizendo que a qualidade do café não é melhorada, mas sim, preservada devido a todos esses cuidados adotados na pré e pós-colheita.
Estamos vivendo um momento de recuperação de preço do café arábica como commodity. É hora de os agricultores se firmarem como produtores de café de qualidade. Não adianta expandir seu cultivo para ofertar um café não diferenciado porque assim cairemos no ciclo de excesso de produção de café sem diferenciação. Essa superprodução nos conduzirá então a um novo ciclo de preços baixos — conclui Sara.
fonte: Portal do agronegocio