19/07/2011 13:07
Com o respaldo da direção da CBF, o técnico Mano Menezes já pensa na sequência do trabalho à frente da Seleção Brasileira. Apesar da eliminação nas quartas de final da Copa América, com derrota nos pênaltis para o Paraguai, ele considera muito positivo o período de 27 dias que a equipe passou reunida. Se o título não foi possível, a campanha lhe permitiu tirar conclusões importantes para o futuro. Os jogadores foram liberados ontem mesmo. Os que atuam no Brasil retornam a seus clubes, a turma da Europa negociará com seus empregadores um período de descanso. A próxima convocação é em agosto, para amistoso com a Alemanha, fora de casa.
Há 11 meses no cargo, o treinador foi contratado para um trabalho de renovação e tem como principal objetivo montar equipe forte para a Copa do Mundo de 2014, em território tupiniquim. Segundo Mano, o planejamento segue inalterado, apesar do fracasso no torneio argentino. “A Copa América é uma referência, uma etapa importante de avaliação, pois não teremos muitas competições oficiais até 2014 e ela segue os moldes da Copa do Mundo no sistema de disputa, guardadas as diferenças de características entre a América do Sul e a Europa, de modo geral”, analisou.
Ele evitou se manifestar sobre quem sai por cima ou por baixo depois de quatro jogos. “As avaliações serão internas, as decisões também. Elas não vão levar em conta pênalti perdido, falha em um ou outro jogo, alguém que não esteve tão bem devido a circunstâncias especiais. Será avaliado o todo, principalmente para não sermos injustos com a Seleção, pois avaliações erradas nos levam a caminhos errados.”
Dessa forma, jogadores como o armador Paulo Henrique Ganso e os atacantes Alexandre Pato e Neymar não estão “queimados”, apesar de não terem jogado tudo o que sabem. Jovens, eles terão mais oportunidades com a amarelinha, na esperança de que se soltem e consigam produzir bem. Na opinião do técnico, é preciso paciência, pois algumas circunstâncias acabam interferindo no trabalho. “Estamos renovando a Seleção com uma velocidade acima do adequado. Por diversos motivos, ficamos sem alguns jogadores experientes que poderiam contribuir. Isso explica alguns sobressaltos e a falta de consistência deste início de trabalho. Mas precisamos analisar tudo sem terrorismo, sem terra arrasada.”
PROTEÇÃO Mano considera natural ser criticado no momento em que a equipe fracassa, mas pede que não haja cobranças demasiadas sobre os jovens, como os três citados. “Não é hora de direcionar críticas a esse ou aquele jogador, falar que o camisa 9 não fez gol, que alguém não jogou o esperado. O importante foi que criamos chances, desde o primeiro minuto nos direcionamos ao gol. Só paramos na prorrogação. Isso é uma filosofia que precisa estar cada vez mais presente no jogo da Seleção, é assim que queremos o jogo. Essa é a transformação que conseguimos fazer em curto espaço de tempo, e os gols vão sair. Se continuarmos fazendo isso de forma cultural, certamente faremos muitos gols.”
Fonte:Superesportes