Preço do milho não cai o bastante

22/07/2011 08:47

A queda no preço do milho no último mês, em Mato Grosso, não animou os produtores de suínos que dependem do insumo para seguir com a criação dos animais. Isso porque, a redução de até 22% na saca do grão não foi suficiente para aproximar o preço atual, que fica em torno de R$ 14 e R$ 18, com aquele cotado no ano passado, que chegou a custar R$ 6 a saca.

Os suinocultores mato-grossenses temem que o preço suba com o período de entressafra e a atividade, que amarga prejuízos iniciados com alto custo da produção, fique inviabilizada até o final do ano. Os prejuízos se estenderam com o embargo das importações da Rússia, no mês passado, e a desvalorização do suíno no mercado nacional, apontou o diretor-executivo da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues.

Segundo ele, os produtores estão recebendo cerca de R$ 2,2 o quilo pelo animal vivo, cujo preço está equivalente ao custo de produção. “O suinocultor não está tendo rentabilidade. Para ter lucro seria necessário que o suíno custasse, pelo menos, R$ 3,1 o quilo”, reclamou. Rodrigues explica que a competição com outros estados depende de medidas que reduzam o preço do produto no mercado, mas que mantenham a rentabilidade do produtor.

Leilões

Para resolver parte do problema, o setor pede ainda interferência do governo federal. A reivindicação é que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realize leilões que promovam a redução do preço do milho no estado.

O gerente de operações da Companhia Nacional de Abastecimento em Mato Grosso (Conab), Charles Córdova Nicolau, explica que ainda não há necessidade de intervenção do governo para reduzir o preço do milho. Por outro lado, ele admite que o valor médio do produto está bem acima do preço mínimo, que é de R$ 13,98 a saca.

Nicolau destaca que os produtores de suínos precisam solicitar ou realizar um levantamento que comprove a necessidade de redução do preço do milho. “É preciso comprovar que é o insumo o maior responsável pelo elevado custo de produção”, explicou.

fonte: Portal doAgronegocio