Ibama flagra em MT exploração de madeira em floresta em recuperação

13/03/2012 15:30

De acordo com o chefe da gerência executiva do instituto em Sinop, Evandro Selva, a região integra a área de uma fazenda e estava em fase de recuperação da floresta.

Selva explica que ainda nos anos 90, ela foi explorada por plano de manejo sustentável. O manejo permite a retirada de madeira das áreas de maneira legal. Mas a regeneração deveria levar pelo menos mais dez anos, complentando o intervalo de 30 anos determinado pela legislação ambiental. “A mata deveria estar se regenerando até completar 30 anos exigidos pela legislação ambiental”, frisou o responsável pela gerência do Ibama em Sinop.

Na propriedade fiscais apreenderam três tratores modificados para o arraste de madeira, caminhonete com rádio de comunicação, um caminhão-toreiro, quatro motosserras e 270 metros cúbicos de toras recém-derrubadas. De acordo com o Ibama, o produto seria suficiente para carregar 11 caminhões. Juntos, os bens somam mais de R$ 240 mil, segundo Evandro Selva.

De acordo com o instituto, clareiras foram abertas para facilitar a retirada de árvores na região. Entre as espécies visadas estavam aquelas de alto valor como itaúba, cedro, angelim e peroba. O órgão de fiscalização ambiental suspeita que empresas madeireiras das cidades de União do Sul e Cláudia possam estar incentivando invasões na fazenda para ‘ter acesso à madeira nobre a baixo custo’.

O Ibama deve pedir ao Ministério Público de Mato Grosso o sequestro das áreas da fazenda onde o sistema de exploração fora detectado, bem como de outra propriedade vizinha com 1,5 mil hectares de floresta amazônica e também alvo de invasões e exploração ilegal de madeira. Com o sequestro, o instituto quer garantir que a posse da terra só será assegurada a quem a reivindica após decisão da justiça. Durante este intervalo, a propriedade não poderá ser pleiteada por quem questiona a posse e quem afirma ter documentos da área.

Segundo o chefe do Ibama de Sinop, Evandro Carlos Selva, o objetivo é por meio do sequestro impedir a reivindicação da área até a decisão final do processo de reintegração que tramita na justiça. Conforme explica ainda o representante, a área possui dono, mas o processo de extração de madeira ocorria por meio da grilagem de terras. Isto é, pessoas que invadiam a localidade.

“A área tem dono. O proprietário tem as matrículas, mas não o Cadastro Ambiental Rural. Documentos de posse ele tem e constamente nos informa sobre as invasões”, contou Selva, ao G1.

Evidência – Um fato chamou a atenção dos fiscais durante a operação: na região onde a exploração ocorria foram encontradas bandeiras da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). Mas Evandro Selva é enfático ao afirmar que a imagem da entidade possa estar sendo utilizada de maneira ‘ilegal’ por exploradores de madeira. “Embora tenham sido encontradas bandeiras o Ibama argumenta que esse movimento [Conag] talvez nem saiba do uso da marca na extração ilegal de madeira”, pontuou Evandro Selva.

Problemas – A região norte é, segundo o Ibama, uma das mais problemáticas em relação a extração ilegal de madeira.

“A região onde mais se tem equipes extraindo a madeira”, acrescentou ainda o chefe da gerência do Ibama em Sinop. O instituto tem fechado o cerco contra a derrubada da floresta.

Em Mato Grosso, somente no ano passado entre janeiro a dezembro, o volume de infrações contra a flora superou meio milhão de reais (R$ 696.802.758,80). Os dados são referentes ao período compreendido entre 1º de janeiro a 20 de dezembro de 2011.

Fonte:Portaldoagornegócio

Tags: