20/07/2012 09:12
Ana Lúcia Cardoso de Almeida tem 29 anos, mora no bairro do Ipiranga, zona sul de São Paulo, e já trabalhou como empregada em, ao menos, três docerias. Há cinco anos, juntou as economias e decidiu realizar um sonho: se livrar do patrão, ter o próprio negócio e fabricar e vender trufas, bem-casados, brigadeiros, beijinhos, cupcakes e outros doces finos sem pagar as altas taxas cobradas pelas franquias.
— Abrir um negócio no Brasil com porta para a rua, no entanto, é caro demais. Por isso, há cinco anos, montei uma cozinha industrial no fundo de casa e agora faço doces e bolos para bufês. Tenho duas funcionárias com carteira assinada, que ganham R$ 870, e fazem juntas até 800 doces por hora.
Os doces de Ana Lúcia, porém, fizeram sucesso e, nos últimos anos, ela, a mãe e as duas funcionárias passaram a sofrer para dar conta da procura. De olho na oportunidade de ampliar o negócio, a microempresária encontrou uma máquina que faz trufas, brigadeiros e beijinho — uma das novidades da Fipan (Feira Internacional de Panificação, Confeitaria e Varejo Independente de Alimento) de 2012.
Conhecido na indústria como “tubinho”, para as doceiras a máquina é conhecida como “trufeira” mesmo. Ana Lúcia foi atrás da geringonça para dar conta do recado, afinal o fabricante diz que a máquina faz até 3.000 unidades por hora — o triplo do que empresária está acostumada. O dono da Bralyx, que faz a “trufeira”, Gilberto Poleto, diz que a máquina nasceu da ideia de outro equipamento.
— Nós começamos com a máquina de fazer coxinha, mas, com a ascensão da classe C e a necessidade de uma máquina que trabalhasse apenas com doces, desenvolvemos um equipamento para fazer brigadeiros, trufas, beijinho, entre outros.
O conjunto completo, que inclui a máquina e um disco onde fica o granulado ou o coco para fazer brigadeiro ou beijinho, respectivamente, sai por R$ 41 mil. Mas a conta pode ficar menor se a doceira tirar o disco: R$ 34 mil. Se pechinchar, sai menos ainda. Ana Lúcia chorou no preço e conseguiu levar a máquina por R$ 30 mil, com entrada de R$ 9.000 e o restante quando a empresa entregar a peça.
Mas se você quer abrir um negócio em casa e não tem toda essa grana, não se preocupe: dá para comprar uma máquina de pizza por R$ 8.000. A Ferri, empresa especializada em fabricar fornos, desenvolveu uma máquina que faz pizza em apenas dois minutos. O cliente pode escolher entre o equipamento a gás ou à energia elétrica — neste caso, o preço sobe para R$ 8.800.
A empresária Cíntia Gorga, que é cooperada de uma padaria em Vargem Grande Paulista (SP), se impressionou com a eficiência da máquina para preparar o alimento.
— No forno à lenha, demora muito. Vendemos cerca de 30 pizzas por final de semana e com essa máquina acho que poderíamos duplicar a produção.
Para os interessados em abrir uma cafeteria, há ainda a opção de comprar uma máquina de café expresso. A Fiamma, que fabrica e vende o equipamento, tem uma máquina que faz até 60 cafezinhos por hora a partir de R$ 10,6 mil. Mas o microempresário vai precisar também de um moedor, que custa de R$ 1.600 (manual) a R$ 4.500 (automático). Então, dá para começar o negócio com R$ 12,2 mil.
Ajuda
Se você quer esquecer a vida de empregado e virar patrão, mas não sabe por onde começar, o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) pode ajudar. Antes de abrir uma empresa, é preciso estudar o mercado e dominar técnicas de vendas e de negócios.
Para isso, a entidade criou um passo a passo para os interessados em abrir o próprio negócio começarem a tirar as dúvidas. Tudo está no site — http://www.sebrae.com.br/.
Serviço
Fipan — Feira Internacional da Panificação, Confeitaria e do Varejo Independente de Alimentos
Local — Expo Center Norte
Endereço — Rua José Bernardo Pinto, 333 – Vila Guilherme – São Paulo (SP)
Quando — até sexta-feira (20)
Horário — das 13h às 21h (até às 19h no dia 20)
Mais informações — http://www.fipan.com.br/
Fonte:R7