Juiz determina desocupação de reitoria da UFMT e autoriza uso de força policial contra estudantes

14/08/2013 00:07

O juiz da 3ª Vara Federal de Mato Grosso, Cesar Bearsi, determinou a reintegração de posse da reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) ocupada por acadêmicos que reivindicam melhorias no campus de Sinop (500 km de Cuiabá). O magistrado autorizou o uso de força policial para garantir a retirada dos estudantes.

“Defiro liminar reivindicada, determinando a imediata desocupação do imóvel invadido, bem como de suas áreas adjacentes e dependências”, diz trecho da decisão. “Ficando desde já autorizada a utilização de Força Policial, caso seja necessária”, completa o magistrado no documento.

Os alunos ocupam a reitoria da UFMT há nove dias em busca de melhorias para o campus de Sinop, o qual está em estado de greve estudantil desde o dia 22 de julho. As principais pautas de reivindicação são a reestruturação do hospital veterinário, que estaria sucateado, e o aumento da biblioteca, a qual seria insuficiente para a demanda.

Para o juiz federal, a constitucionalidade da manifestação não pode sobrepujar o direito de propriedade da UFMT sobre a própria sede. Ele também fundamenta a decisão afirmando que os manifestantes estão prejudicando outros alunos e funcionários. Se os estudantes decidirem manter a ocupação, eles estarão sujeitos a multa diária de R$ 1 mil.

A pró-reitora de Assistência Estudantil, Miriam Serra, afirmou que a instituição entrou com o pedido de reintegração de posse após a manifestação se agravar com a invasão do prédio de protocolo da UFMT e de uma suposta promessa por parte dos alunos de ocuparem outras estruturas. “Nós nunca ficamos por 24 horas sem o protocolo. Isso impede praticamente todos os trabalhos”, comentou.

Contudo, os estudantes alegam terem sido enganados pela administração da faculdade. “Nós desocupamos o protocolo porque eles disseram que, se assim fizéssemos, nos dariam uma resposta da nossa pauta de reivindicação. Mas olha aqui a resposta”, disse um dos estudantes, apontando para a notificação de reintegração de posse.

Como são de Sinop, os alunos não têm onde ficar caso sejam retirados da reitoria. Por enquanto, eles aguardam a orientação de um advogado para decidir como proceder, mas já deixam claro que pretendem resistir. “Vamos ficar aqui. Não temos para onde ir. E precisamos de uma resposta às nossas reivindicações”.

Fonte: Olhar Direto

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