Dólar fecha em alta apesar de forte atuação do BC; Bolsa tem 9º avanço

19/08/2013 23:14

Mesmo com o Banco Central atuando pesadamente no mercado, o dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, fechou esta segunda-feira (19) em alta de 1,37% em relação ao real, cotado em R$ 2,407 na venda.

Foi a sexta alta seguida da moeda americana no mercado à vista, que fechou no maior valor desde 3 de março de 2009, quando ficou em R$ 2,433. O dólar comercial, utilizado no comércio exterior, também avançou no dia, com alta de 0,83% em relação ao real, para R$ 2,416.

O Banco Central realizou hoje três leilões de swap cambial tradicionais, que equivalem a venda de dólares no mercado futuro, visando conter a disparada do dólar. A moeda americana chegou a atingir R$ 2,429 ao longo do dia.

Contabilizando as três operações, foram vendidos 36,2 mil contratos de swap com vencimento em 1º de abril de 2014 e 36,35 mil contratos com vencimento em 1º de novembro de 2011, por um total de US$ 3,601 bilhões.

A autoridade também anunciou mais dois leilões para amanhã: um de linha de crédito –que foi muito utilizado para conter a alta do dólar quando estourou a crise global de 2008– e outro de swap tradicional.

A corrida por dólares foi mais uma vez justificada por apostas sobre quando os EUA vão começar a reduzir os estímulos econômicos: para injetar recursos na economia, o Fed (BC americano) recompra mensalmente, desde 2009, US$ 85 bilhões em títulos do governo –parte do dinheiro vira investimentos em outros países, inclusive o Brasil.

Com a redução desse incentivo, as aplicações tendem a diminuir e, com a perspectiva de menos dólares no mercado brasileiro, o preço sobe.

Além disso, investidores preveem que, encerrada a recompra de títulos, o próximo passo será o aumento do juro dos EUA, hoje quase zero. Juro mais alto deixa os títulos do Tesouro americano, remunerados pela taxa, mais atraentes que aplicações de maior risco, como Bolsas, especialmente de emergentes.

A incerteza com os EUA tem feito o dólar ganhar força em relação às principais moedas internacionais. No Brasil, porém, o real também é prejudicado pelo pessimismo do mercado em relação a economia brasileira.

“Mantemos pouco fluxo de entrada de dólares no país, com a balança comercial negativa. A inflação desacelerou, mas está alta, e o PIB não cresce”, diz Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora. “Isso ajuda a pressionar a cotação do dólar”, acrescenta.

BOLSA

O principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou esta segunda-feira praticamente estável, em leve alta de 0,06%, a 51.574 pontos. Foi o nono avanço consecutivo do índice. Os investidores operaram com cautela em uma semana repleta de referências importantes nos Estados Unidos e na China.

A segunda-feira marcou o vencimento de opções sobre ações na Bolsa brasileira (quando vencem papéis que equivalem às opostas dos investidores sobre o preço futuro das ações), o que trouxe volatilidade ao mercado.

As ações do setor siderúrgico continuaram subindo em meio a forte valorização do dólar, o que beneficia o negócio dessas empresas exportadoras.

Repercutiu ainda a notícia de que a CSN anunciou reajustes de preços de aço junto a distribuidores, segundo informou uma fonte do setor à Reuters. A rival Usiminas também decidiu elevar seus preços a partir desta segunda-feira.

As ações preferenciais da Usiminas (mais negociadas e sem direito a voto) avançaram 6,2% e ficaram entre os maiores ganhos do Ibovespa no dia. Os papéis ordinários (com direito a voto) da siderúrgica mineira tiveram alta de 5,19%.

Em seguida, os papéis da CSN registraram avanço de 6,35%, enquanto as ações preferenciais da Gerdau subiram 5,78%.

Fonte: Folha de São Paulo

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