Consumidores brasileiros reclamam de promoções da ‘Black Friday’

29/11/2013 13:25

A “Black Friday” brasileira, dia em que o comércio eletrônico promete promoções atrativas por 24 horas, nesta sexta-feira (29), tem atraído reclamações e denúncias por parte dos consumidores. O site Reclame Aqui aponta que em apenas 11 horas da promoção – que teve início à 0h – o número de reclamações feitas contra algumas empresas já superava o recorde diário deste ano.

O internauta Aldo Tetsuo Miike, de São Paulo, relatou ao VC no G1 que o preço de um smartphone Nexus 4 na loja on-line Ponto Frio aumentou quase R$ 100 após o fechamento do pedido.

Miike viu o aparelho da LG anunciado com um desconto convidativo: de R$ 1 mil por R$ 790 no pagamento com cartão de débito ou boleto bancário. No entanto, após concluir o pedido usando a segunda opção, o preço do Nexus 4 subiu para R$ 876,67, valor cobrado em compras com cartão de crédito.

O consumidor até achou que poderia ser uma falha do carrinho de compras da loja, já que o desconto garantido a compras com boleto bancário costuma aparecer apenas na etapa de escolha do método de pagamento, mas não era. “Eu gerei o boleto porque queria a confirmação de que eles estavam mesmo cobrando o preço cheio. [Mas] não vou pagar. Se eu pagar, vou ser enganado”.

Procurada pelo G1, a assessoria de imprensa do Extra, Ponto Frio e Casas Bahia não comentou o caso específico de Miike. Informou apenas que os sites “pautam suas ações de acordo com a lei e, mais do que isso, com premissas que asseguram os direitos e o bom atendimento aos consumidores”. Em nota, as lojas dizem que “as ofertas divulgadas na promoção Black Friday são legítimas e que os sites disponibilizam páginas exclusivas para que os clientes naveguem em produtos participantes dessa promoção”.

Inflação de preço
No ano passado, a “Black Friday” ganhou o apelido de “Black Fraude” e o
slogan-piada “tudo pela metade do dobro” após suspeitas de que alguns varejistas teriam inflado os preços para forjar descontos maiores. Também houve relatos de vitrines virtuais fora do ar e dificuldades para finalizar compras. O episódio resultou na notificação de grandes companhias pela Fundação Procon-SP.

A redatora Martha Furtado Kanagusko monitora o preço do smartphone Motorola Razr HD desde o último domingo (24). Para sua surpresa, o aparelho, que custava à vista R$ 880 no Submarino na terça (26), passou para R$ 1,27 mil na quarta (27), às vésperas da “Black Friday”.

“Que absurdo! Isso tudo pra chegar na sexta (29), baixar o preço e vender pela ‘metade do dobro’?”, disse Martha em uma postagem no Facebook. O caso ganhou grande repercussão na rede e foi compartilhado mais de 3,1 mil vezes.

Ela afirma ao G1 que a ouvidoria do Submarino a procurou na quinta (28), alegando que o Razr HD não vai entrar na “Black Friday”, e que “os descontos oscilam porque eles negociam com os fabricantes diariamente”. “Acho estranho o preço inicial do produto variar também”, relata.

Às 13h desta sexta, o Razr HD era vendido por R$ 1,45 mil no Submarino.

Desconto de R$ 1?
Um televisor de plasma da Samsung no site do varejista Walmart também intrigava usuários do Twitter nesta sexta-feira (29). O modelo de 43 polegadas aparecia listado entre os produtos promocionais da “Black Friday” com um desconto de apenas R$ 1: de R$ 1.198 por R$ 1.197.

A assessoria de imprensa do Walmart informou que o preço foi corrigido e, às 13h, o G1 verificou que o modelo custava de fato R$ 1.198 no site.

Fonte: G1

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