Economia brasileira recua 0,5% no 3º trimestre e cresce 2,2% em um ano

03/12/2013 09:40

A economia brasileira caiu 0,5% no terceiro trimestre de 2013 em relação ao trimestre anterior. Em comparação com o terceiro trimestre do ano passado, subiu 2,2%.

Em reais, o PIB (Produto Interno Bruto) alcançou a marca de R$ 1,21 trilhão.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (3) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IBGE revisou para cima o crescimento do PIB no segundo trimestre deste ano. Inicialmente havia sido divulgado que a economia brasileira tinha crescido 1,5% em relação ao trimestre anterior. Agora o novo dado é alta de 1,8%.

O instituto também mudou para cima o PIB de 2012: foi de 0,9% para 1%.

Mantega arriscou previsão um dia antes e errou

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, errou na previsão do PIB. Ele havia afirmado na segunda-feira (2), um dia antes da divulgação do número oficial do PIB, que aeconomia brasileira deveria registrar crescimento de 2,5% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período do ano passado.

Mantega comentou que a economia está se recuperando gradualmente e que o investimento tem ganhado vigor.

O ministro falou também sobre a inflação, e disse que é possível, nos próximos dez anos, atingir uma média de 4% de alta anual dos preços.

Para que esta média seja atingida, Mantega afirmou que o país dependerá dos níveis de investimento e produtividade. Ele aposta que o investimento pode chegar a 24% ou 25% do PIB em 2022.

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  • Raphael Salimena/UOL

Dado do BC apontou queda de 0,12%

A estimativa do Banco Central, mostrada por meio do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), era de redução de 0,12% em relação ao segundo trimestre e de alta de 2,32% em comparação com o terceiro trimestre do ano passado.

O índice é elaborado mensalmente pelo BC e é considerado pelo mercado uma prévia do PIB, embora o Banco Central oficialmente negue que o seu dado seja uma previsão do PIB.

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

No primeiro trimestre, por exemplo, o PIB cresceu apenas 0,6% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. Isso é metade do que mostrava o IBC-Br (alta de 1,22%). Em entrevista, um diretor do BC justificou a diferença, dizendo que o IBC-Br não tem a pretensão de medir o PIB, apesar de o mercado o usar como um balizamento.

Desde 1948, quando o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil começou a ser medido, sete presidentes enfrentaram anos de “pibinho”, quando a economia brasileira cresceu menos de 1%, parou, ou até diminuiu. Vejam quais são: Leia maisUOL

PIB e juros

Muitos economistas dizem acreditar que o país vai apresentar um quadro de baixo crescimento ao longo deste ano e do próximo, segundo a agência de notícias Reuters.

Isso pode convencer o Banco Central a reduzir, ou até interromper, a alta dos juros básicos, mesmo com a expectativa de que a inflação permaneça acima do centro da meta do governo pelos próximos anos.

BC aumentou a Selic para 10% na semana passada, a maior taxa básica de juros entre as principais economias do mundo. O comunicado pós-decisão, no entanto, sinalizou que ele pode ser menos agressivo daqui para a frente.

“A próxima decisão (de juros) vai ser tomada numa conjuntura de percepção de crescimento muito baixo. Por isso, a gente acredita que ele (BC) quer deixar preparado o terreno para conduzir um ritmo de aperto monetário mais lento,” disse o economista-chefe do Santander Brasil, Mauricio Molan.

O BC começou a subir os juros em abril, quando a economia parecia estar em recuperação mais firme e a inflação se tornava uma ameaça cada vez mais séria.

Outros estímulos, como desonerações e linhas de crédito subsidiadas, continuaram em vigor, ajudando a impulsionar a indústria e os investimentos até julho.

(Com Reuters)

Fonte: UOL

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