21/01/2014 12:37
Os financiamentos imobiliários no país com recursos das cadernetas de poupança atingiram R$ 109,2 bilhões em 2013 e estabeleceram um novo recorde histórico. Aspectos positivos da economia brasileira, como baixo desemprego e queda da inadimplência, fizeram a procura por crédito disparar. Em comparação com o ano anterior (R$ 82,8 bilhões), o aumento é de 32%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (21) pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Entre janeiro e dezembro do ano passado, foram financiados 529,8 mil imóveis, alta de 17% ante os 453,2 mil de 2012.
“O crescimento do crédito imobiliário está destoando do crédito no país em 2013, que deve crescer em geral entre 15%”, avalia Octavio de Lazari Junior, presidente da Abecip. “O crédito imobiliário retomou o lugar que é seu por direito, ser a carteira de crédito mais importante para pessoa física no Brasil.”
Menos desemprego e mais renda
Segundo Lazari Junior, a alta foi maior do que a prevista no começo do ano passado, que era de 15% a 20%. Entre os fatores que colaboraram para o bom resultado de 2013 está o baixo desemprego, o crescimento da renda, a confiança do consumidor e a baixa inadimplência. “A inadimplência está absolutamente controlada, estamos falando num índice de 1,8% em 2013”, afirmou.
De acordo com a Abecip, o resultado de 2013 apresenta crescimento expressivo se comparado com o resultado de 2012, quando totalizou R$ 82,8 bilhões ante os R$ 79,9 bilhões de 2011, leve alta de apenas 3,6%.
A entidade mostra que a trajetória de recuperação do crédito imobiliário em 2013 tornou-se mais expressiva a partir do segundo trimestre do ano passado. Em fevereiro, por exemplo, foram financiadas 29,3 mil unidades financiadas, a menor quantidade mensal do ano.
Aquisição lidera alta
O que puxou a alta do crédito no ano passado foram os financiamentos para aquisição.
Dados da entidade mostram que em 2013 o mutuário continuou demandando o crédito, com alta de 41% na quantidade de financiamentos para aquisição de imóveis, totalizando R$ 76,9 bilhões dos R$ 109,2 bilhões desembolsados.
Os desembolsos para construção totalizaram R$ 32,3 bilhões, um crescimento de 15% sobre 2012.
Previsões para 2014
A entidade continua esperando alta do crédito neste ano. De acordo com o presidente, a estimativa é de crescimento ao redor de 15%, para R$ 126 bilhões, o que seria um novo recorde histórico.
Bolha imobiliária
Questionado sobre uma possível bolha imobiliária no país, Lazari Junior afirma não acreditar na possibilidade de acontecer. Na visão dele, a bolha só ocorreria em um cenário de crédito concedido sem critérios rígidos, o que não é o caso brasileiro.
“O brasileiro dá uma entrada muito significativa, de 30% a 35% do valor do imóvel”, disse, acrescentando que 95% dos financiamentos no Brasil em 2013, por exemplo, foram para comprar o imóvel para moradia, e não para investimento.
“E teve toda a preocupação dos agentes econômicos para que não tivesse um financiamento exacerbado”, afirmou.
Com relação aos preços, o presidente da entidade afirmou que, após fortes altas nos últimos anos, não deve ocorrer uma desvalorização nos preços daqui para a frente. “O que vai acontecer daqui para a frente é que os preços ficarão estáveis, a não ser em uma ou outra zona de instabilidade”, disse. “O que a gente percebe é que o valor financiado está coerente com a valorização que acontece na região.”
De acordo com Lazari, dentro do crescimento do crédito em 2013, aproximadamente 40% é referente à valorização dos preços, sendo o restante pelo aumento dos financiamentos.
Fonte: G1