20/05/2014 21:53
O prefeito Mauro Mendes (PSB) emitiu uma nota à imprensa, no fim da tarde desta terça-feira (20) e admitiu ter feito negócios com a empresa Amazônia Petróleo, de propriedade do empresário Júnior Mendonça, pivô da Operação Ararath.
Na nota, o prefeito explica que foi alvo da Polícia Federal por ter celebrado um empréstimo no valor de R$ 3,45 milhões durante o período eleitoral de 2012, quando disputou a Prefeitura de Cuiabá. Ele, no entanto, garantiu a lisura da transação e que o mútuo foi declarado em seu imposto de renda.
Ele também admitiu ter fechado um contrato emergencial milionário com a Amazônia Petróleo, pela Prefeitura de Cuiabá, em agosto de 2013. Porém, afirmou que o preço foi justo e que pagou mais barato que o preço firmado em uma licitação ocorrida em 2012. Mauro argumentou que a compra emergencial era necessária.
Mauro ainda demonstrou que ficou na bronca por ter sido alvo de buscas e apreensões em sua casa. O socialista garantiu que poderia ter fornecido qualquer documento solicitado. Ele classificou as buscas como desnecessárias.
“Todas estas informações poderiam ter sido fornecidas ao Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Federal, caso tivessem sido solicitadas, o que torna a medida de busca e apreensão totalmente desnecessária”, diz trecho da nota.
Outras pessoas próximas a Mauro também são alvo da Operação Ararath. O coordenador financeiro de sua campanha, o também empresário Mauro Carvalho, teve residência e escritório vasculhados pela PF.
Além disso, seu sócio, o empresário Wanderley Torres, também teve sua casa e sua empresa, a Trimec Construções e Terraplanagem, como alvo de buscas.
Confira a nota, na íntegra:
Acerca do cumprimento de mandado de busca e apreensão ocorrido nesta terça-feira (20.05) no gabinete do prefeito Mauro Mendes e em sua residência, o prefeito de Cuiabá vem a público esclarecer o que segue:
01) A busca e apreensão determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) foi cumprida para verificar documentos sobre um empréstimo que Mauro Mendes tomou da empresa Amazônia Petróleo em 2012, no valor de R$ 3.450.000,00.
02) Este empréstimo, ainda não liquidado, está devidamente informado por Mauro Mendes à Receita Federal nas suas declarações de Imposto de Renda de Pessoa Física dos anos de 2012/13 e 2013/14. Portanto uma operação formal e transparente. (Documentos em Anexo)
03) A busca e apreensão também buscou informações sobre um contrato para fornecimento de combustíveis à prefeitura de Cuiabá pela empresa Amazônia Petróleo, celebrado em 1 de agosto de 2013.
04) A referida contratação ocorreu pelo critério do menor preço e visou evitar a interrupção do abastecimento da frota de veículos da municipalidade, entre eles ambulâncias, caminhões e máquinas responsáveis pelas obras e limpeza da cidade, entre outros, uma vez que não foi possível concluir licitação convocada anteriormente para este fim.
05) A contratação foi necessária, legal, emergencial e durou apenas quatro meses, resultando em economia aos cofres públicos municipais, já que os preços contratados foram menores que os da licitação anterior, realizada em 2012:
Licitação de Dez/2012. Empresa Marmeleiro | Contrato Agosto/2013. Empresa Amazônia | |
Etanol (R$/litro) | 1,99 | 1,77 |
Gasolina (R$/litro) | 2,99 | 2,77 |
06) Assim que nova licitação foi realizada, cuja vencedora foi a empresa Castoldi Posto 10, o referido contrato emergencial com a Amazônia Petróleo foi encerrado, em 28 de Novembro de 2013.
07) Todas estas informações poderiam ter sido fornecidas ao Ministério Público, Polícia Federal e Justiça Federal, caso tivessem sido solicitadas, o que torna a medida de busca e apreensão totalmente desnecessária.
08) O prefeito Mauro Mendes apoia as investigações da Operação Ararath, e anuncia que, embora não tenha sido intimado a comparecer à Polícia Federal, encaminhará espontaneamente à Justiça todos os documentos que comprovam as afirmações, por serem a expressão da verdade.
Cuiabá-MT, 20 de maio de 2014
Prefeitura Municipal de Cuiabá
Secretaria de Comunicação
Fonte: Isso é Noticia