“Só vou disputar a eleição se for ao Senado”, diz Serys

14/06/2014 12:55

A ex-senadora Serys Slhessarenko (PTB) afirmou, em entrevista ao MidiaNews, que só aceita entrar na disputa a um cargo eletivo se for ao Senado.

“[Não vou sair a] nada. Essa é a resposta mais fácil. Só vou concorrer se for ao Senado”, afirmou.

O desejo da nova petebista se complicou na última semana, após o grupo oposicionista confirmar, na segunda-feira (09), o nome do senador Jayme Campos (DEM) à reeleição.

“Porque a essa altura do campeonato, não cabe mais. Há quatro anos, a população queria muito que eu viesse como senadora, foi muito difícil àquela situação. Mas não me deixaram ser candidata e ponto”, disse.

“Agora, conversei com a população, andei em 80 municípios e pude sentir aquela questão mal resolvida que ficou há quatro anos. Então, sou pré-candidata ao Senado, sim, se não tiver espaço, paciência, mas não vou trair a vontade da população”, completou a ex-senadora.

Em recente entrevista, a ex-petista havia dito que o PTB poderia abandonar o grupo de Taques, caso não conseguisse estar na majoritária.

No entanto, após a reunião da oposição, no inicio da semana, o presidente regional do PTB e ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo, negou que o partido estivesse impondo qualquer condição.

“Nem Jayme colocou imposição, nem nós. Estávamos lutando para que a candidatura dela fosse realidade, mas pelo consenso da maioria dos partidos, Jayme venceu. Então, vou ligar para ela, conversar e ver os rumos que vamos tomar”, disse.

Mesmo com a afirmação de Galindo, segundo Serys, a legenda vem fazendo encontros para discutir se continua na base do pedetista.

“Ele foi à reunião e trouxe a questão ao partido, não tem martelo batido. O que tínhamos colocados antes da decisão em favor do Jayme era que se não desse para estar na chapa do Taques, o PTB traria a questão de volta para ser discutida internamente e é esse momento que estamos vivendo”, explicou Serys.

A legenda levará a decisão na próxima reunião do arco de aliança que sustenta a pré-candidatura de Pedro Taques, marcada para segunda-feira (16), na sede do PDT, em Cuiabá.

“Tem gente na política querendo homologação antes do mês das convenções. Além de que essas poucas candidaturas ao Governo acaba deixando as pessoas sem opção, é muito pequeno o número de possibilidade de escolha”, criticou.

“Tem que respeitar o eleitor, não tem que ficar homologando antecipadamente candidatura e ter só dois candidatos ao governo obrigando a população a escolher entre X ou Z. Não é assim, isso é desrespeito à democracia e desrespeito a vontade popular”.

Tendo, até o momento, dois grandes grupos de candidatos, Serys tem pouco ou quase nenhuma chance de emplacar uma candidatura ao Senado, já que na oposição, Jayme foi escolhido e no grupo governista, o provável candidato é o deputado federal Wellington Fagundes (PR).

Escolha de Jayme

A ex-senadora afirmou não entender o motivo pelo qual o grupo oposicionista escolheu lançar o nome de Jayme ao Senado.

Para ela, o critério de escolha dos pré-candidatos de todos os partidos deveria ser mais transparente.

“Se ele escolheu Jayme, ok, mas tem que explicar os motivos que levaram a essa escolha, se ele gosta mais dele; se ele tem algo diferente de mim; se é porque ele é homem e eu sou mulher. Eu não sei, mas a sociedade pode cobrar esse critério de escolha”.

Serys acredita que, por ser mulher, encontra mais dificuldade para conseguir emplacar uma candidatura. Em sua visão, pelo fato da maior parte dos políticos serem homens, há muito “machismo” no meio.

“Mulher na política é um discurso muito bonito na boca dos candidatos, todos eles falam isso, mas quantos abrem espaço para elas? Quando aparece uma que tem certa afinidade na política, eles tratam logo de colocá-la para fora”, disse.

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