Silval intervém para tentar garantir retomada de voos internacionais

17/07/2014 03:11

O governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que irá intervir pessoalmente junto à Receita Federal na tentativa de retomar a operação de voos internacionais no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

Os voos internacionais funcionaram apenas durante a Copa do Mundo e foram suspensos no último dia 3, em decorrência da expiração da licença emitida pela Receita para funcionamento da alfândega no terminal.

“Eu havia conversado com a delegada, que garantiu que ia deixar o pessoal [da Receita] lá dentro. […] Eu estou surpreso de ter retirado essas pessoas sem ter me comunicado”

Sem o serviço, a operação de voos internacionais pela Infraero no local não são permitidos, segundo a delegada da Receita Federal, Marcela Ladislau.

“Soube dessa situação pela imprensa e vou falar com ela [Marcela] ainda hoje”, disse Silval.

Segundo o governador, apesar da delegada afirmar que a é impossível atuar no terminal até que as obras de reforma e ampliação sejam concluídas – por falta de espaço para montagem da estrutura alfandegária –, o problema enfrentado pela Receita é “falta de pessoal”.

“Eu havia conversado com a delegada, que garantiu que ia deixar o pessoal [da Receita] lá dentro. Perguntei se precisava fazer gestão em Brasília quanto ao número de pessoas e ela falou que, se fosse preciso, me procurava. Ela me garantiu. Eu estou surpreso de ter retirado essas pessoas sem ter me comunicado”, afirmou.

Silval afirmou que “vai lutar para que os voos sejam retomados o mais breve possível”.

Prejuízo

A suspensão dos voos impactou, principalmente, a empresa Amaszonas Airlines, que já operava, desde a Copa do Mundo, voos diretos da Bolívia para Cuiabá, e que já tinha viagens agendadas até o final de agosto.

Cada jato usado nas viagens tem capacidade para 50 pessoas e, segundo a gerência da empresa, cada voo já estava com 80% dos assentos comercializados.

Tony Ribeiro/MidiaNews
Jaime Okamura: “Temos um grande evento que seria realizado em 2015, mas que agora irá atrasar […] por falta desses voos internacionais”

No momento, os voos estão sendo desviados para São Paulo (SP) e Campo Grande (MS) e os passageiros estão sendo embarcados em voos da empresa Azul para Cuiabá. O gasto total da viagem, pelo aumento do trajeto e hospedagem, está sendo custeado pela Amaszonas.

De acordo com o empresário e presidente do Conselho Estadual da Confederação Nacional do Turismo, Jaime Okamura, além do setor hoteleiro, que já tinha 1,5 mil leitos reservados para o próximo mês na Capital apenas com os voos realizados pela Amaszonas, também irá sofrer o setor de eventos e a economia de Cuiabá, que é o foco de grande parte desses turistas.

“O turista de eventos é o que mais gasta principalmente com relação à hospedagem alimentação e os serviços que a cidade oferece, porque ele recebe da sua empresa, entidade ou associação, uma ajuda de custo. O turismo de eventos é o mais disputado em todo o mundo”, disse.

Segundo Okamura, antes a Capital não tinha como sediar muitos eventos porque não possuía leitos em quantidade suficiente.

No entanto, mesmo com a duplicação dos leitos ofertados em decorrência da Copa do Mundo e a criação de novos auditórios e centro de convenções, muitos eventos já programados precisarão ser cancelados por conta da suspensão dos voos internacionais.

“Hoje teríamos uma capacidade de aumento de eventos para Cuiabá. Por mês poderíamos fazer, no mínimo, 50 eventos de pequeno, médio e grande porte. Isso estaria movimentando a cidade por todo o período e complementado as áreas de agronegócio, serviços e política”, disse.

Segundo Okamura, o projeto de ampliar os eventos internacionais em Cuiabá passa a ser limitada, pois o aeroporto é primordial para a ação.

“Temos um grande evento que seria realizado em 2015, onde iríamos promover a internacionalização do agronegócio, mas que agora irá atrasar. Vamos passá-lo para 2016, 2017, por falta desses voos internacionais. Era um evento para aproximadamente cinco mil pessoas”, afirmou.

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