Mato Grosso utilizam abusam de inseticida no milho Bt

26/05/2015 15:39

Sessenta e nove por cento dos produtores rurais de Mato Grosso estão realizando elevado número de aplicações de inseticida no milho semeado com a tecnologia Bt.

A constatação feita no Circuito Tecnológico – Etapa Milho, evento organizado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), evidencia que a tecnologia está perdendo sua eficiência e, por isso, demandando maior uso de defensivos para combate às pragas.

O resultado foi obtido com a aplicação de questionários quantitativos, além da coleta de amostras de talhões de milho em todo o Estado no mês de abril.

“Esse é um dado que mostra que deve haver mais atenção. Estão aplicando altas doses de inseticida em um milho que não precisaria dessa tecnologia, e se isso ocorre, é porque a tecnologia de combate já não está mais tão eficiente”, ressaltou Cid Sanches, gerente de planejamento da Aprosoja.

Além da aplicação nas lavouras, os dados obtidos no Circuito Tecnológico – Etapa Milho, revelam que os agricultores, também estão utilizando o inseticida no tratamento de sementes, totalizando 88% das propriedades que utilizam esse método.

O Circuito Tecnológico – Etapa Milho é um evento realizado pela Aprosoja em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), para realizar um levantamento completo sobre a safra de milho em Mato Grosso.

O evento é patrocinado pela Syngenta e Kleffmann e recebe o apoio do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) para sua realização.

Entenda o que é o Milho Bt

O milho Bt, marca YieldGard®, contém uma proteína chamada Cry1Ab, que tem ação inseticida contra lagartas de lepidópteros como a lagarta do cartucho (Spodoptera frugiperda) e a broca da cana-de-açúcar (Diatraea saccharallis). É inócua para animais vertebrados e seres humanos e vem sendo utilizada há mais de dez anos nos Estados Unidos e na Argentina, os maiores exportadores de milho, e tem autorização de importação e plantio em países como a África do Sul e a Tailândia, além da União Européia.

A liberação comercial

Em agosto de 2007, a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança), órgão do Governo Federal formado por especialistas da área de Biotecnologia, deu parecer técnico favorável, aprovando o evento de milho Bt, denominado de MON810, com nome comercial YieldGard®.

Embora esta aprovação tenha seguido os caminhos legais, cumprindo os protocolos determinados pela lei de biossegurança, uma liminar da Justiça suspendia temporariamente seus efeitos. Diante disto, como preconiza a lei de biossegurança, quando ocorrem questionamentos de outros órgãos governamentais, cabe ao CNBS (Conselho Nacional de Biossegurança) a decisão de liberação. O CNBS, formado por 11 ministros de estado, ratificou a decisão da CTNBio no dia 12 de fevereiro de 2008, permitindo o registro de híbridos de milho pelo Registro Nacional de Cultivares do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O fato abriu a possibilidade para a produção, importação e comercialização de híbridos com o gene Bt no Brasil.

Da Redação

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