Ainda Milho – Mercado Chinês é observado por produtores

24/07/2015 15:56

É assim desde que o país, em meio ao crescente consumo de carnes de sua população, há alguns anos deixou de ser um exportador relevante do grão e passou a sinalizar que, em algum momento, se transformaria em grande importador. Nesse contexto, fechou acordos com Brasil, Argentina e Ucrânia, supridores com potencial para diluir o peso dos Estados Unidos em sua balança, e alimentou nesses parceiros a sensação de que mercado não faltaria mais para as ofertas disponíveis.

Estimativas infladas – Mas isso ainda não aconteceu. Assim, as infladas estimativas para as importações chinesas de milho no longo prazo já sofreram flagrante esvaziamento e cada movimento do gigante nesse mercado é acompanhado com especial interesse. Para manter as discussões aquecidas, os chineses puseram mais lenha na fogueira em junho, quando, segundo o serviço alfandegário do país, importaram 873 mil toneladas do cereal, 3.103% mais que no mesmo mês do ano passado, e quase 90% desse volume foi proveniente da Ucrânia.

Primeiro semestre – Com isso, no primeiro semestre as compras no exterior chegaram a 2,65 milhões de toneladas, quase o dobro que em igual intervalo de 2014. Pode ser só uma questão sazonal e que isso não signifique que o volume superará as 3 milhões de toneladas que o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) prevê para as importações da China nesta safra internacional 2014/15, que terminará em agosto. Mas foi o suficiente para reavivar as discussões sobre as estratégias de Pequim.

Sorgo – As elocubrações passam pelo recente incremento das importações chinesas de sorgo ­ alternativa normalmente mais barata que o milho para uso em rações, por exemplo ­ e, principalmente, pelo nível de estoques considerado ideal pelo país asiático. Na safra 2013/14, quando produziu 218,5 milhões de toneladas, as importações somaram 3,28 milhões de toneladas e os estoques finais de milho da China atingiram 77,32 milhões, ou 36,5% de sua demanda total, conforme estimativas do USDA. Para se ter uma ideia, os estoques finais mundiais representaram 18,3% da demanda global, também conforme o órgão americano.

Queda – Sempre de acordo com o USDA, em 2014/15 a colheita de milho na China caiu para 215,67 milhões de toneladas e as importações deverão recuar para 3 milhões de toneladas ­ mas os estoques finais em 31 de agosto deverão crescer para 79,96 milhões de toneladas, ou 37% da demanda doméstica (a relação global na temporada é calculada em 19,7%). A depender do ritmo de importações de julho e agosto, que está atrelado ao baixo patamar das cotações, os estoques poderão de fato engordar mais. Cauteloso ou não, o USDA mantém sua projeção intacta e projeta para o próximo ciclo também 3 milhões de toneladas.

Fonte.: Informe OCB

Tags: