10/09/2015 03:40
O governo brasileiro envia à China, nos próximos dias, uma proposta formal para dar contornos finais ao fundo conjunto de US$ 20 bilhões, idealizado pelo primeiro ministro Li Keqiang e pela presidente Dilma Roussef.
A ideia é financiar projetos conjuntos, especialmente de infraestrutura e na indústria. Um dos desafios é encontrar soluções para mitigar o risco cambial que envolve o aporte chinês de US$ 15 bilhões. O Brasil ainda poderá entrar, conforme a evolução dos projetos, com mais US$ 5 bilhões.
Intacta – A ameaça de um pouso forçado da economia asiática não teve efeitos visíveis na disposição de Pequim, que continua intacta, para implementar esse fundo, segundo o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Cláudio Puty. “Há um forte interesse geopolítico e econômico dos chineses”, diz Puty, um dos principais responsáveis no governo pela viabilização da ideia lançada em maio, durante visita de Li ao país. “Queremos colocar o fundo de pé no mais breve prazo possível”, ressalta.
Apresentação – A ideia do Fundo BrasilChina de Cooperação para a Expansão da Capacidade Produtiva foi apresentada pelo primeiroministro, sem discussões prévias, surpreendendo os técnicos. Nas semanas seguintes, os conceitos básicos da parceria começaram a ficar mais claros. Do lado brasileiro, a proposta inclui uma “sala de situação” para receber pedidos de financiamento e um conselho formado por quatro ministérios Planejamento, Casa Civil, Fazenda e Desenvolvimento , além de um comitê empresarial. Algumas multinacionais verdeamarelas já consultaram informalmente o governo sobre a possibilidade de uso do fundo.
Desvinculação – A intenção em Brasília, nas conversas com Pequim, é desvincular ao máximo os desembolsos de eventuais exigências para o fornecimento de bens e serviços chineses. Uma videoconferência com funcionários dos dois governos fará uma discussão da proposta brasileira. Para viabilizar o fundo, será preciso definir como lidar com o risco cambial. Já que os financiamentos serão dados em moeda local, será preciso ver como lidar com futuras desvalorizações do real, evitando que a diferença tenha que ser coberta pelo operador do fundo, possivelmente um banco público no Brasil.
Outro fundo – Outro fundo, idealizado com US$ 50 bilhões, tem negociações em andamento entre a Caixa Econômica Federal (CEF) e o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC).
Fonte.: Informe OCB