Como explicar a corrupção

14/09/2015 12:04

Parece que há um pacto para morrermos abraçados na praia. A população se mobiliza e precisa só de um líder

Tenho lido as mais variadas teses sobre a origem da corrupção desenfreada que tomou conta do nosso país.

Uma das mais sensatas, mas não serve para justificar o erro, afirma que a origem da ladroagem está no tamanho do Estado.

Funcionários públicos de altos escalões, ali colocados pelos que mandam nesta nação, protegidos pelos seus superiores hierárquicos, associados a lobistas e políticos influentes de grandes partidos políticos, se encarregaram de montar o maior esquema de desvio de recursos públicos da nossa história.

As empresas estatais foram as escolhidas por atuarem em mercados, fecharem operações comerciais e financeiras, oferecendo amplas oportunidades de falcatruas com o nosso dinheiro.

Essas firmas que negociam com as estatais oferecem vultosas oportunidades de financiar campanhas políticas dos seus apaniguados e propiciam uma vida de nababo aos seus engenhosos operadores, que enriquecem sem o menor constrangimento recebendo salários de servidores públicos.

A Justiça do Paraná, de forma didática, tem demonstrado toda a complexa indústria criada para surrupiar bilhões de reais do patrimônio público.

Triste é o silêncio dos bons diante de tamanho descalabro! Preferem o silêncio ao protesto, temendo represálias.

Precisamos de uma oposição com credibilidade para denunciar esses fatos que são do conhecimento de todos.

Prova maior é o índice de reprovação do governo atual com patamares jamais vistos neste país.

Parece até que existe um pacto nacional de morrermos todos abraçados na praia.

A população, pelas redes sociais, está mobilizada, necessitando apenas de um líder confiável para dar um basta nessa situação de impunidade e corrupção.

Não nascemos corruptos, e essa doença tem cura.

Depende apenas da vontade política de alguns de nossos representantes para oferecer a todas as crianças uma educação de qualidade.
Por GABRIEL NOVIS NEVES é médico em Cuiabá, foi reitor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

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