China deve ter menor participação no comércio global de milho em 2015/16

20/09/2015 19:01

Segundo apontou o Jornal Valor, a China deverá reduzir sua participação, mais uma vez, no mercado global de milho na safra 2015/16.

Mesmo em meio às perspectivas de menor crescimento de sua economia – menos que a meta de 7% estabelecida pelo governo para este ano – o país aproveitou a queda dos preços internacionais do cereal e aumentou suas importações nos últimos meses, alavancando estoques e reduzindo as necessidades de compra.

O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) calculou que a China deve importar 3 milhões de toneladas na temporada, cuja colheita começará a ganhar força no Hemisfério Norte nas próximas semanas. Se a estimativa se confirmar, o país asiático permanecerá como o quinto maior importador mundial de milho, porém, passando a representar apenas 2,4% do volume comercializado no mercado internacional, praticamente o mesmo patamar observado no ciclo 2013/14 (2,6%). Mas, em 2014/15, o percentual foi de 4,5%.

Não há consenso sobre o impacto da desaceleração econômica da China sobre sua demanda por commodities agrícolas, por mais que muitos analistas acreditem que o consumo de alimentos no país não deverá ser afetado. De qualquer forma, não deixa de ser uma frente de incertezas e especulações. “A renda crescente na China deverá continuar a suportar a demanda por produtos agrícolas, embora as taxas de crescimento da demanda provavelmente tendam a ser menores”, afirmou Hamish Smith, economista de commodities da empresa de pesquisas Capital Economics, sediada em Londres.

O aumento da produção é outro fator que deve limitar as importações do país. Como o milho é um cereal-chave para a segurança alimentar, já que serve como base para a produção de ração animal e para a alimentação humana, o governo da China tem adotado uma forte política de apoio à produção interna.

Os subsídios de Pequim aos agricultores do país têm mantido os preços domésticos em níveis elevados. Assim, os produtores chineses mantiveram o ritmo de expansão mesmo com a queda das cotações internacionais da commodity. O USDA calcula que a colheita chinesa no ciclo 2015/16 repetirá a dose de 2014/15 e alcançará 157 milhões de toneladas.

Os preços internos mais elevados também motivaram os consumidores industriais a importar mais nos últimos meses, o que colaborou para o aumento dos estoques. Em julho passado, as compras do país no exterior alcançaram 1,1 milhão de toneladas, quase um terço de todo o volume importado no período de 12 meses até julho. O USDA projeta que os estoques de passagem da temporada 2015/16 na China terão 90,41 milhões de toneladas, ou 47% de todo o milho que o órgão estima que esteja em estoques no mundo.

Fonte.: Avisite

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