“País sentirá em anos com maior precisão, prejuízos da crise econômica”, diz executivo

29/09/2015 03:51

Para ele, no caso dos portos, o principal entrave está na nova lei dos portos, que modificou regras do setor portuário.

“Daqui a alguns anos, talvez seja possível calcular com maior precisão os prejuízos que o País sofre com a atual crise econômica, deflagrada em grande parte pela inconsequência de políticos que buscam a perpetuação no poder a qualquer preço. No setor portuário, por exemplo, com a demora para se concretizar investimentos em oito terminais de São Paulo e Pará, o País deverá perder mais de US$ 66 bilhões (R$ 220 bilhões) em quatro anos, diante da impossibilidade de se exportar mais grãos e celulose, segundo cálculos da ABTP (Associação Brasileira de Terminais Portuários)”. A opinião é de Milton Lourenço, presidente da Fiorde Logística Internacional. Segundo ele, tudo isso se dá em função não só do esvaziamento dos cofres públicos, mas também ela demora para a obtenção de licenças ambientais. “Só no Tribunal de Contas da União os papéis sobre as áreas a serem licitadas ficaram mais de ano e meio sob análise. Se se levar em conta que, quando concluídos, os terminais terão capacidade para transportar 23 milhões de toneladas de mercadorias por ano, o que geraria aproximadamente US$ 12 bilhões em receitas, não é difícil imaginar o tamanho do prejuízo. Sem contar que os empresários interessados em disputar as concessões, já acuados pela insegurança econômica e pela crise política, sentem-se cada vez mais desestimulados em investir. Ou começam a pensar em alternativas fora do País”.

No caso dos portos, ressalta, o principal entrave está na nova lei dos portos, que modificou regras do setor portuário a pretexto de agilizar investimentos e estimular o mercado de trabalho, “mas que só produziu efeitos contrários, ao burocratizar as negociações entre os intervenientes públicos e privados e centralizar as decisões, cujo exemplo mais gritante é a dragagem dos portos brasileiros”. Para ele, em consequência, à falta de condições para receber navios de maior porte, terminais não foram ampliados e novos não surgiram. “Com a falta de investimentos públicos e privados, o que cresce é o desemprego. Por isso, está mais do que na hora de se fazer uma revisão na atual Lei dos Portos”, finaliza.

Fonte.: Guia Marítimo

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