Dólar – Expectativa sobre os juros, faz fechar em queda e acumula mais de 4% na semana

09/10/2015 18:43

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira (9), um dia após o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, reforçar as expectativas dos investidores de que a taxa de juros norte-americana deve subir somente em 2016, mas com o mercado ainda atento à conturbada cena política e econômica no Brasil.

A moeda norte-americana terminou o dia vendida a R$ 3,7588, em baixa de 0,9%. Mais cedo, chegou a voltar a R$ 3,72. Na semana, o dólar caiu 4,74%. Veja a cotação do dólar hoje.

“O mercado pega carona com (o cenário) externo. O Fed em cima do muro beneficia a melhora dos emergentes e nós aparecemos nesse bolo”, disse à Reuters o especialista em câmbio da Icap, Ítalo Abucater.

Este foi o menor valor de fechamento desde 1º de setembro, quando a moeda terminou o dia a R$ 3,688. Em outubro, há queda acumulada de 5,21% e no ano, valorização de 41,38%. Nas últimas nove sessões, o dólar desabou 8,53% sobre o real.

Economia americana

Na quinta, o Fed divulgou a ata da reunião de setembro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), quando o país manteve os juros quase zerados.

Para os investidores, o documento reforçou indícios de que os juros só vão subir nos EUA em março de 2016, segundo a Reuters. Ele mostrou que, para o Fed, a economia estava próxima de justificar aumento de juros no mês passado, mas integrantes decidiram que era prudente esperar por evidências de que a desaceleração da economia global não está tirando os EUA dos trilhos.

Por que expectativas sobre os juros dos EUA influenciam o dólar?
Juros mais altos nos Estados Unidos atrairiam para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados, como o Brasil. Com o país mais atraente para investimentos, aumentaria a demanda por dólares, fazendo assim seu valor subir em relação a moedas como o real.

A perspectiva de manutenção dos juros sustenta a atratividade de investimentos em países emergentes, que oferecem taxas mais altas, como o Brasil.

Caso os EUA aumentassem as taxas, mais investidores seriam atraídos para aquele país, tirando dólares de outros mercados. Com maior demanda pela moeda norte-americana, seu valor subiria em relação a moedas como o real.

No Brasil

Apesar da queda expressiva nesta sexta, as incertezas políticas locais seguiam no radar dos investidores, com potencial de voltar a pressionar o dólar.

Entre elas, a análise dos vetos presidenciais pelo Congresso Nacional, adiada duas vezes esta semana por falta de quórum, e a apreciação também pelo Legislativo a rejeição das contas públicas de 2014 feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que abre espaço para eventual processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

“Não dá para saber até quando essa queda (do dólar) se sustenta”, disse à Reuters o operador de câmbio da B&T Corretora Marcos Trabbold. “Se piorar muito, a tendência é voltar tudo”, disse, referindo-se à cotação no patamar de R$ 4.

Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade ao seu programa diário de interferência no câmbio, seguindo a rolagem dos swaps cambiais que vencem em novembro, com oferta de até 10.275 contratos, que equivalem à venda futura de dólares.

Fonte.: G1

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